Balanço

OS diz que gerou economia de quase R$ 50 milhões aos cofres públicos na gestão do Hugo

Instituto Haver afirma que legalizou pendências existentes na instituição há décadas. Balanço mostra ainda aumento no número de atendimentos e cirurgias

Redução de quase R$ 50 milhões aos cofres públicos na gestão Hugo. É o que aponta o Instituto Haver, responsável por gerir a unidade até domingo (1º) Foto: divulgação/HUGO)

Redução de quase R$ 50 milhões aos cofres públicos na gestão do Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo). É o que aponta o Instituto Haver, Organização Social (OS) responsável por gerir a unidade até o próximo dia 1º de Dezembro. Entidade, que assumiu hospital no final de Novembro de 2018, afirma que legalizou pendências existentes na instituição há décadas. Balanço foi apresentado à imprensa na manhã desta terça-feira (26).

Conforme os dados apresentados, houve redução de gastos em ao menos quatro áreas. O gasto com lavanderia passou de R$ 1 milhão de janeiro a novembro de 2018 para R$ 782 mil no mesmo período em 2019. Na engenharia, o valor gasto passou de R$ 7,6 milhões para R$ 4,5 milhões. Houve redução ainda nas áreas de nutrição e água, que passaram R$ 9 milhões para R$ 8 milhões e R$ 1,4 milhão para R$ 900 mil, respectivamente.

Segundo o presidente da OS, Yuri Vasconcelos Pinheiro, o custo operacional foi reduzido em 20%. A economia mensal foi de R$ 4 milhões e a projeção de economia anual é de R$ 50 milhões. O relatório aponta ainda o aumento do quadro de funcionários por meio de seis processos seletivos. Segundo a entidade, o hospital passou a contar com 1.136 colaboradores, o que, segundo o presidente, resultou em aumento no número e eficácia dos atendimentos.

Durante a gestão, o número de cirurgias atingiu 15.039 em 2019 contra 12.700 em 2018, quando o hospital era administrado pelo Instituto Gerir. O atendimento de urgência e emergência passou de 26 mil no ano passado para 30 mil no ano vigente.

Questionado sobre como conseguiu aumentar a produtividade e reduzir os custos, Yuri se limitou a dizer que prioriza o atendimento. “Não diminuímos nenhum centavo em detrimento da qualidade e atendimento às pessoas. É uma coisa que cumprimos muito bem e saímos daqui satisfeitos com o resultado”, disse.

Dificuldades

Ainda conforme o presidente da OS, a principal dificuldade encontrada pelo Instituto refere-se a falta de informações acerca do funcionamento e das dependências do hospital. Yuri alega que tais pendências foram ajustadas já no primeiro mês de gestão e, a partir disso, a entidade conseguiu planejar ações para melhorar o funcionamento do hospital.

Ao assumir a gestão do Hugo, o Instituto Haver se deparou com a ausência de alvarás de funcionamento, segundo conta Yuri. O hospital não não possuía, por exemplo, a Certidão de Uso do Solo, documento com informações sobre as atividades permissíveis ou toleradas, e parcelamento do solo no município.

Segundo ele, todos os alvarás da unidade foram regularizados. “Nosso compromisso foi assumir o hospital do que jeito que estava e devolver à normalidade. Essa foi a nossa maior dificuldade e desafio, mas também a nossa maior vitória” disse.

Nova gestão

Na próximo dia 1º de Dezembro, a gestão do Hugo passará a ser do Instituto Nacional de Amparo à Pesquisa, Tecnologia e Inovação na Gestão Pública (INTS), que substitui o Instituto Haver.

O chamamento público que resultou na escolha da nova OS gestora, bem como o processo de transição da gestão foram alvo de grande mobilização de funcionários e decisões judiciais. O processo de substituição chegou a ser paralisado em razão de impasses acerca de demissões de servidores.

Antes mesmo de assumir o hospital, o INTS já gerou diversos protestos de servidores. Nesta segunda-feira (25), profissionais manifestaram contra a remoção de quase 300 funcionários efetivos da unidade de saúde. Segundo a presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde de Goiás (SindSaúde), Flaviana Alves, o atendimento no hospital ficará comprometido com a retirada dos concursados.

“O risco é muito grande pois a demanda da unidade é gigante e não vãoter profissionais suficientes para realizar o atendimento. Essa medida pode levar muitos pacientes à morte. O que estão fazendo é um desrespeito com a saúde pública, com a população e com os funcionários”, criticou.