GREVE

OS que administra o HMAP deve R$ 2,2 mi para a limpeza, diz empresa

Empresa diz que manteve salários dos funcionários, mas, diante dos inúmeros atrasos da OS, não consegue mais manter os pagamentos em dia

A empresa DM Clean disse que IBGH deve R$ 2,2 milhões para a limpeza terceirizada do HMAP. Os atrasos teriam causado a greve no local. (Foto: Reprodução)

A empresa DM Clean, contratada pelo Instituto Brasileiro de Gestão Hospitalar (IBGH) para executar os serviços de limpeza do Hospital Municipal de Aparecida (HMAP), diz que a OS tem dívida de R$ 2,2 milhões com a terceirizada. Os atrasos, segundo nota enviada ao Mais Goiás, ocorrem desde março de 2020. De acordo com a empresa, a falta de pagamento por parte da OS foi o principal motivo para a greve dos funcionários da limpeza da unidade de saúde.

No texto, a empresa afirma que, mesmo diante da falta de repasse da OS desde o ano passado, a DM Clean mantinha os salários dos funcionários em dia. No entanto, diante dos sucessivos acúmulos de inadimplências, “a continuidade do pagamento dos salários ficou comprometida “.

De acordo com a nota, a dívida do IBGH com a terceirizada é de R$ 2,2 milhões referente aos serviços no Hospital Municipal de Aparecida e de R$ 1,3 milhões por conta de atividades prestadas ao Hospital de Campanha do Amapá, que também é administrado pela Organização Social.

OS que administra o HMAP e deve R$ 2,2 mi para a limpeza não pagou valor da insalubridade na pandemia, afirma empresa

Conforme a DM Clean, a OS também não pagou o aumento obrigatório de 40% no valor da insalubridade para os funcionários em razão da pandemia da Covid. A empresa alega que este valor, bem como EPIs disponibilizados foram todos pagos pela terceirizada.

“Diante das dificuldades enfrentadas cumulativamente, a DM Clean tentou diversas vezes diálogo com o IBGH para soluções, mas não obteve sucesso, tendo feito contatos pessoais e documentais com as diversas gestões sucessivas da OS”, diz trecho.

Sobre os R$ 300 mil que a OS afirma ter repassado à empresa referente ao mês de outubro, a terceirizada alega que o valor refere-se a serviços realizados para o Centro Especializado do Município (CEM), “não tendo a ver com a dívida acumulada referente aos serviços prestados ao HMAP”.

Servidores da limpeza em greve: entenda

Na quinta-feira (18), o Mais Goiás noticiou que os funcionários da limpeza do Hospital Municipal de Aparecida entraram em greve. Os trabalhadores, que são terceirizados na unidade hospitalar, alegam salários atrasados como justificativa para ação.

Em nota enviada ao Mais Goiás, o Hmap declarou que repassou à empresa prestadora de serviços o valor de R$ 300 mil na última semana, referente à fatura de outubro, mas que apesar dos esforços do hospital junto à empresa, “houve movimentação de forma política com os colaboradores da empresa prejudicando a normal prestação de serviços”.

Tais alegações, no entanto, foram rebatidas pela empresa DM Clean. Confira nota abaixo.

Nota da DM Clean:

  • A Organiza§âo Social IBGH, que administra o Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia (HMAP), acumula atrasos de pagamentos a DM CLEAN desde mar§o de 2020, a qual foi contratada pela referida OS para servi§os de limpeza naquela unidade hospitalar;

  • -Para nâo haver atrasos nos pagamentos dos servidores e a paralisa§âo dos servi§os no hospital, a DM, mesmo diante dos atrasos da OS, mantinha os salarios em Contudo, diante dos sucessivos acdmulos de inadimpléncias da OS com a DM, a continuidade do pagamento dos salarios ficou comprometida;

  • — A divida atual do IBGH com a DM CLEAN é um total de 2,2 milhoes, referente aos servi§os prestados pela empresa ao HMAP, e um total de 1,3 milhâo referente aos servigos prestados ao Hospital de Campanha do Amapâ, onde a mesma OS também é responsâvel pela gestao;

  • — Tendo o HMAP tornado unidade de referéncia para atendimento dos casos de Covid-19, houve a obrigatoriedade de pagamento de aumento do valor da insalubridade em 40% para os servidores, além de disponibilidade dos EPI‘s e insumos diversos proprios para a seguran§a dos colaboradores, tendo tudo sido custeado pela DM sem ter recebido valores extras que deveriam ter sido pagos pelo IBGH â empresa sedo este valor aproximadamente 1,5 milhâo.

  • — Diante das dificuldades enfrentadas cumulativamente, a DM CLEAN tentou diversas vezes dialogo com o IBGH para soluções, mas nao obteve sucesso, tendo feito contatos pessoais e documentais com as diversas gestoes sucessivas da OS, pois cabe observar que o lnstituto, diante de vârias interven§oes policiais de investigagâo criminal, passou por vârias sucessoes de gestao;

  • — No dltimo dia 05/11, diante dos impasses com o IBGH, a DM CLEAN reiterou por oficios enviados para a OS, Prefeitura de Aparecida de Goiânia, Sindicato Patronal e Sindicato dos Empregados da categoria (SEACONS), esclarecimentos sobre a real situa§âo, pontuando a dificuldade em manter o pagamento dos servidores;

  • — em relação aos R$ 300 mil, os quais o IBGH informa ter repassado para a DM CLEAN referente ao més de outubro, é importante observar que se trata de pagamento de serviqos que foram prestados por essa empresa, em setembro desse ano, para o Centro Especializado do Munici’pio (CEM), no valor de R$ 220 mil, nâo tendo nada a ver com a divida acumulada referente aos servi§os prestados ao HMAP.

 

Nota do HMAP:

O Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia (HMAP) informa oficialmente o seguinte:

– O HMAP repassou para a empresa prestadora de serviços da área de limpeza e conservação na última semana no valor de R$ 300.000,00 referentes à fatura do mês de outubro e isso foi proporcional como foi proporcional o repasse dos recursos públicos recebidos;

– A direção envidou esforços junto à empresa visando a normalização dos serviços, porém de forma intransigente houve movimentação de forma política com os colaboradores da empresa prejudicando a normal prestação de serviços;

– Funcionários da empresa em questão percorreram banheiros na unidade, principalmente na área administrativa, praticando atos de vandalismo e espalhando sujeiras com o claro intuito de constranger demais colaboradores que não têm qualquer relação com o fato. Tudo isso está registrado por câmeras de segurança e serão apresentados em juízo visando responsabilizar civil e criminalmente os responsáveis que agiram usando o uniforme da empresa;

– A direção respeita o direito de protesto pelo atraso nos pagamentos e repasses, porém exorta todos a protegerem o patrimônio público e a normal prestação de serviços para pacientes, acompanhantes e demais colaboradores.”