Ovos de páscoa estão 11% mais caros do que em 2020, diz pesquisa
Especialistas acreditam que consumidor está optando por marcas menos conhecidas e produtos caseiros.
Os ovos de Páscoa estão em média 11% mais caros neste ano, enquanto o preço de bombons e barras de chocolate aumentou 10%, em comparação a 2020. É o que aponta pesquisa da Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Apesar da alta nos preços, especialistas afirmam que o consumidor goiano não deve abrir mão de consumir os doces, e sim fazer adequações para que as compras caibam no orçamento.
O presidente da Associação Goiana dos Supermercados (Agos), Gilberto Soares da Silva, diz que não houve queda no número de pedidos de chocolates e ovos de páscoa no Estado. “O que a gente viu foi um aumento no preço das marcas consideradas de grife. Com isso, acreditamos que muita gente vai optar por opções mais baratas ou até mesmo comprar as barras para fazer em casa, mas não vão deixar de consumir. A pandemia aumentou esse sentimento de estar em família e os ovos de chocolate são peças chave na celebração da páscoa”, explicou.
O economista Bruno Fleury acredita que a tendência é que o consumidor não deixe de adquirir os produtos mesmo com a alta nos preços. No entanto, marcas mais acessíveis e tamanhos menores devem ganhar espaço. Ele ressalta ainda que a demanda por ovos caseiros deve aumentar. “Ovos artesanais devem tomar o lugar dos industrializados, até porque muita gente perdeu emprego e essa pode ser uma boa oportunidade de ganhar um dinheiro extra”, explicou o especialista.
Ovos de páscoa artesanais
Walkiria Alves é doceira e nesta época do ano direciona seus esforços na produção de ovos de chocolate artesanais. Ela conta que para este ano adotou como estratégia de venda fabricar tamanhos menores. A decisão foi tomada porque ela percebeu que com a crise econômica provocada pela pandemia, as pessoas estavam dispostas a gastar menos com esse tipo de produto.
A doceira relata ter visto muitos clientes, que antes consumiam ovos de páscoa industrializados, agora optando por ovos caseiros. “As pessoas têm apostado muito no microempreendedor, no produtor artesanal”, declarou.
A estudante de enfermagem Ana Gabriela Lacerda faz parte do grupo que prefere os ovos artesanais. “Além de terem mais recheio, saem mais em conta e a gente ainda ajuda pequenas empresas”, alegou.
Indústria de chocolates está otimista com as vendas on-line
A pandemia alterou os hábitos dos consumidores e as compras pela internet passaram a fazer parte do dia a dia dos cidadãos. A Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas (Abicab) acredita que essa mudança de comportamento irá beneficiar o segmento não só neste momento, mas também nos próximos anos.
“Em 2020, o e-commerce e o varejo foram grandes aliados das indústrias. Com isso, acreditamos que as vendas on-line e a parceria com os varejistas se manterão fortes neste e nos próximos anos. Temos enxergado um crescimento significativo nos canais digitais e um aumento de confiabilidade do consumidor em compras pela internet”, afirma Ubiracy Fonsêca, presidente da entidade.