*Fabrício Moretti é integrante do programa de estágio do convênio entre Ciee e Mais Goiás, sob orientação de Thaís Lobo
Durante o feriado prolongado, pacientes e servidores do Hospital Estadual de Urgências de Trindade Walda Ferreira dos Santos (Hutrin), em Trindade, denunciaram falta de limpeza e de médicos. De acordo com a Organização Social (OS) Gerir, instituição responsável pela administração da casa de saúde, houve uma paralisação de profissionais.
Dos 21 funcionários da limpeza, de uma empresa terceirizada, somente quatro estavam trabalhando na unidade. Servidores da Gerir interviram na situação e retiraram sacos de lixo do hospital, porém não foram alocados em recipientes próprios para lixo hospitalar. Com o Hutrin nesta situação, a maior preocupação é o risco de infecção dos internos.
Cestos de lixo transbordando, lençóis sujos, moscas, vômito no chão e baratas foram vistas na unidade foram registrados. Familiares de pacientes precisaram levar roupa de cama de suas casas e denunciam falta de materiais, inclusive material de limpeza, copos descartáveis e até o papel necessário para realizar check-ins. Usuários demonstram sua revolta nas redes sociais. Em publicação, um internauta relatou que uma “policial fardada lavou o banheiro por não aguentar o mal cheiro”.
Em Setembro, o Materno Infantil em Goiânia passou por situação semelhante. À época uma funcionária relatou ao Mais Goiás que “a limpeza do local só foi feita depois de noticiarem o caso. Pagaram as funcionárias da limpeza no outro dia. Esse elas estavam ameaçando entrar em greve de novo porque dia 11 ainda não tinham recebido, mas aí pagaram”.
Os médicos do hospital aderiram à paralisação por falta de pagamento desde o mês de agosto, e alguns não estão fazendo plantão. Os pacientes que chegam no hospital estariam sendo recebidos com base em seu estado de saúde: somente casos de extrema urgência são atendidos. Casos menos graves estariam sendo encaminhados para outra unidade de saúde em Trindade.
No Portal da Transparência, site para consulta de informações sobre como o dinheiro público é utilizado e assuntos relacionados à gestão pública, no mês de agosto somente a metade do valor foi pago à O. Em setembro não consta nenhum repasse. A dívida do governo do Estado soma mais de R$ 3 milhões pelos serviços prestados no Hutrin.
Em nota enviada ao Mais Goiás às 17h40, o instituto Gerir disse que “tem realizado o pagamento de seus colaboradores e fornecedores e tomado todas as medidas possíveis para garantir o atendimento aos pacientes. Para isto, contudo, depende dos repasses integrais de recursos do Estado que ficaram pendentes para regularização das atividades na unidade”. No texto, a OS afirmou ainda que todos os serviços do Hutrin estão funcionando dentro da normalidade.
O Hospital de Urgências de Trindade (Hutrin) informa que todos os serviços da unidade estão funcionando dentro da normalidade. Negociamos com fornecedores, colaboradores e terceirizados a regularização, ainda hoje, das atividades. Com base nos repasses da verba estadual, realizamos o pagamento dos colaboradores e fornecedores, e tomado todas as medidas possíveis para garantir o atendimento aos pacientes.
*Fabrício Moretti é integrante do programa de estágio do convênio entre Ciee e Mais Goiás, sob orientação de Thaís Lobo