Fim da impasse

Pagamento de R$ 12 milhões à Fundahc encerra greve nas maternidades de Goiânia

Com o recurso a Fundahc regularizou os salários, 13º, férias e vale-alimentação que estava em atraso

Prédio da maternidade Dona Íris
Greve nas maternidades municipais de Goiânia chega ao fim pós repasse de R$ 12 milhões (Foto: reprodução Fundahc)

O pagamento de R$ 12 milhões, feito pela Prefeitura de Goiânia à Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas, colocou fim à greve nas maternidades da capital. Com o repasse, os salários de novembro dos servidores das maternidades municipais Dona Iris, Célia Câmara e Nascer Cidadão foram pagos pela Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc) na tarde de quinta-feira (19). Assim, houve a regularização das folhas de pagamento, incluindo a primeira parcela do 13º salário, férias e vale alimentação.

O recurso faz parte dos R$ 57 milhões do Fundo Municipal de Saúde (FMS), que haviam sido bloqueados pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO) para assegurar o pagamento de dívidas acumuladas. Com a quitação dos salários, os enfermeiros que estavam em greve desde o último dia 9 de dezembro retomaram suas atividades ainda na noite de quinta-feira.

A paralisação dos profissionais de enfermagem, motivada pelos atrasos nos pagamentos, afetou as três maternidades municipais, onde apenas 30% dos atendimentos de urgência foram mantidos durante a greve. Na unidade Nascer Cidadão, no Jardim Curitiba, o movimento foi maior devido ao retorno gradual dos serviços.

O Sindicato dos Enfermeiros de Goiás confirmou o retorno completo das atividades e destacou que cerca de metade dos trabalhadores da Fundahc são enfermeiros ou técnicos de enfermagem. De acordo com o SIEG, nos dias de paralisação, a situação financeira dos profissionais foi tão crítica que colegas organizaram doações de cestas básicas para aqueles que enfrentavam dificuldades financeiras.

O Sindsaúde, que representa os trabalhadores do Sistema Único de Saúde (SUS) no estado, informou que uma nova reunião será realizada no dia 27 de dezembro, em frente à Maternidade Dona Iris, para discutir medidas que evitem novos atrasos e paralisações.

A dívida da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) com a Fundahc, estimada em R$ 121 milhões, é apontada como o principal fator que prejudica o funcionamento das maternidades. Em uma paralisação anterior que começou no final de agosto, atendimentos eletivos nas unidades ficaram suspensos por mais de dois meses devido à crise financeira, sendo retomados de forma gradual na última semana de outubro.