Pai de estudante que foi estuprada em UTI de hospital acredita que a morte poderia ter sido evitada
“Minha filha esteve nas mãos da delegada pra ser salva, mas ela não resolveu a…
“Minha filha esteve nas mãos da delegada pra ser salva, mas ela não resolveu a situação”, questionou o pai da estudante de arquitetura e urbanismo, Suzy Nogueira Cavalcante, de 21 anos, que foi estuprada durante internação na UTI do Hospital Goiânia Leste, na capital. O policial civil aposentado deu uma entrevista coletiva na manhã desta sexta-feira (31) na Secretaria de Segurança Pública em Goiânia e acredita que a delegada responsável pela investigação prevaricou.
A jovem deu entrada no hospital no último dia 16 de maio com quadro de crises convulsiva. Diante da situação, ela precisou ser internada na UTI e, na madrugada do primeiro dia de internação, ela teria sofrido os abusos pelo técnico em enfermagem. A estudante morreu no domingo (26) em razão de uma “pneumonia hospitalar”, segundo o HGL.
Durante o período internada, a garota teve momentos de lucidez e relatou os abusos à uma enfermeira no dia 17, que registrou a ocorrência no dia 21 na Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher.
Para o pai da jovem, a delegada responsável pela investigação, Paula Meotti, poderia ter feito alguma coisa para impedir que o pior acontecesse no dia em que recebeu a denúncia. “Ela estava documentada, era só ir e resolver a situação da minha filha. Era só solicitar uma transferência de hospital e comunicar os familiares do ocorrido”, questiona o policial aposentado.
A delegada Paula Meotti rebateu os questionamentos do pai da vitima. Por telefone, Paula informou que sua atribuição como delegada é apurar infrações penais, autoria e materialidade do crime. E reforçou que ela não tem o poder de tirar nenhum paciente de hospital. “O próprio hospital nos procurou para relatar o ocorrido. Eu não posso me responsabilizar pela morte da filha dele. Eu cumpri com minhas obrigações como delegada de investigação de autoria e materialidade e representei pela prisão preventiva do suspeito. Quanto a internação da vítima, cabia ao pai decidir em transferi-la de unidade”, comenta a delegada.
Suspeitas
O pai também não descarta a suspeita de que a filha tenha sido morta em razão dos fatos. “Minha filha nunca ficou entubada, nunca ficou sedada. Desde os 14 anos ela sofria com as convulsões e jamais precisou passar por esse tipo de situação”, relata o pai.
Segundo o policial, enquanto estava entubada, o pai sentia que a filha queria dizer algo, já que ela fazia força e lagrimejava os olhos, mas ela não conseguia. “A dor é tão intensa que às vezes ultrapassa o nosso limite. É difícil até de falar. Mas eu quero duas justiça a justiça divina e aqui na terra”. cobra o pai da estudante.
Sobre e exumação do corpo de Suzy, o pai não descartou a possibilidade caso seja necessário para apurar o fato em gênero, número e grau. O policial também esteve na corregedoria onde conversou, de forma informal, sobre os procedimentos da delegada.