Pai e filho são suspeitos do assassinato de advogado em Rio Verde

Suspeitos usavam drones e rastreadores de carro para monitorar a vítima

Pai e filho estão entre os suspeitos do assassinato do advogado Cássio Bruno Barroso em Rio Verde. A investigação apurou que os suspeitos do crime estavam na cidade desde o mês passado, vigiando cada passo da vítima, inclusive com uso de drones. A informação foi divulgada pela Polícia Civil, em coletiva de imprensa realizada no final de semana.

Na sexta-feira (4/10), três homens e uma mulher foram presos suspeitos de participação no crime. São eles: Cássio José Souza de Oliveira, 54 anos, Paulo Henrique de Souza, de 30 anos, Lara oliveira da Silva, 30 anos, e Chester Batista Silva. Três dos quatro presos são da mesma família.

Segundo a Polícia Civil, Paulo é filho de Cássio e Lara é esposa de Paulo. Nas redes sociais, Lara se apresenta como psicóloga. A prisão da mulher acontece por ela ser suspeita de dirigir o carro na fuga após o crime.

A polícia ainda apura quem dos homens teria atirado contra o advogado. A justiça pediu a prisão temporária dos suspeitos por 30 dias.

O advogado Cássio Bruno Barroso foi morto a tiros na quinta-feira (3/10) enquanto entrava em seu carro depois de sair do escritório em que trabalhava em Rio Verde. 

A Motivação

Desde o inicio da investigação, a Polícia Civil já acreditava que a morte do advogado estava relacionada à profissão dele. Barroso atuava na área Cível e cuidava de ações relacionadas ao agronegócio.

Conforme o delegado Adelson Candeo, delegado responsável pelo caso, há informações de que os suspeitos do crime, pai e filho, agiram por interesse próprio. Eles são parte em um processo em que a vítima advogava para a parte contrária. Ainda segundo o delegado, tudo precisa ser bem esclarecido, mas “a polícia não tem dúvida de que a atividade profissional da vítima foi determinante para que o crime acontecesse”, disse Candeo.

Vítima era monitorada

A investigação aponta que os suspeitos do crime estavam em Rio Verde desde o mês passado, vigiando cada passo da vítima.

A Polícia Civil apreendeu drones que estavam com os acusados. Neles, continham imagens muito próximas da vítima. Além disso, foram encontrados rastreadores veiculares que teriam sido usados para acompanhar o veículo do advogado.

Prisão dos suspeitos

Os três homens e a mulher suspeitos de envolvimento na execução do advogado Cássio Bruno Barroso, em Rio Verde, foram presos na manhã de sexta-feira (4/10), em Nova Xavantina, no Mato Grosso. A prisão decorreu de uma ação conjunta de policiais de Goiás e do estado vizinho.

Conforme a Polícia Civil, todos eles estavam em uma casa na cidade em Mato Grosso. A polícia chegou até eles depois de identificar um segundo carro que teria ajudado na fuga do grupo. O primeiro veículo, usado na hora do crime, foi abandonado em Rio Verde logo após o crime. Segundo o Tenente Cel. André Ribeiro, comandante da PM de Rio Verde, “Através de um trabalho de monitoramento conseguimos chegar até a passagem deles por Caiapônia e depois a Nova Xavantina (MT)”.

Outros envolvidos

Ainda segundo o delegado responsável pelo caso, como a polícia já tinha informação de que eles estavam em Rio Verde por uns dias, começou uma busca nos hotéis da cidade, até chegar a dois estabelecimentos por onde os suspeitos ficaram hospedados. Os hotéis são próximo a rodoviária da cidade. Nesses estabelecimentos, os proprietários disseram que os suspeitos estavam acompanhados de muitas pessoas. Agora a investigação vai apurar se outras pessoas participaram do crime.

Segundo o delegado, um dos suspeitos nega participação no crime. “um dos executores nega inclusive que esteve em Rio Verde, mas a investigação já levantou pagamentos via Pix do aparelho dele”.

O crime

A execução do advogado Cássio Bruno Barroso na quinta-feira (3/10) em Rio Verde foi registrada por uma câmera de segurança. O crime foi praticado por um pistoleiro, ainda não identificado, e que fugiu em um carro modelo Fiat Uno, dirigido por um comparsa.

As imagens da câmera fixada em um comércio mostram o momento em que o advogado, alguns segundos após sair de seu escritório, e abrir a porta da caminhonete, é baleado, por trás, por um homem que desceu rapidamente de um carro que estava estacionado nas proximidades.

Após disparar quatro vezes e se certificar de que o advogado havia sido atingido, o atirador entrou correndo no carro, que saiu rapidamente do local. O crime aconteceu na porta do escritório da vítima, na Avenida Eurico Veloso do Carmo, no Bairro Jardim Adriana.

OAB cobra celeridade na investigação

Em nota, a Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB-GO) lamentou o crime e cobrou celeridade na investigação sobre a morte de Cássio.

“A Seccional Goiana, ao mesmo tempo em que se solidariza com a família enlutada, informa à advocacia e à sociedade que, junto à Comissão de Direito e Prerrogativas e à Subseção de Rio Verde, já notificou o Governo de Goiás, a Secretaria de Segurança Pública e o Comando Geral da Polícia Civil, exigindo total empenho e celeridade na investigação para a elucidação do crime”, diz trecho.

A entidade também informou que o presidente da Subseção de Rio Verde, Alessandro Gil, compareceu ao local do crime e permanece atento, acompanhando de perto a investigação, cobrando a identificação e punição exemplar dos responsáveis por este ato bárbaro. “A impunidade é inadmissível. Exigimos uma resposta rápida e firme das autoridades competentes”, finaliza a nota.

Defesa dos suspeitos

O Mais Goiás não encontrou a defesa dos suspeitos para pedir um posicionamento, mas o espaço segue aberto.