Pais biológicos de criança deixada para adoção e sequestrada da maternidade querem reaver guarda
Os pais biológicos do bebê que foi sequestrado na Maternidade Nascer Cidadão, em Goiânia, no…
Os pais biológicos do bebê que foi sequestrado na Maternidade Nascer Cidadão, em Goiânia, no dia 30 de maio, querem reaver a guarda do menino. De acordo com a advogada que representa a família, Rayanne Teles, já tramita um processo junto ao Juizado da Infância e Juventude.
“Por diversas vezes a mãe afirmou que não queria a guarda do bebê por não ter condições financeiras de criá-lo”, conta Jhonny Moreno, conselheiro tutelar da região Noroeste. A criança foi encaminhada à um abrigo para que possa ser adotada.
Segundo Jhonny, os pais biológicos vão passar por um estudo social e acompanhamento do Conselho que, junto ao Juizado, deve analisar a petição de guarda. Também será feito um levantamento de documentos dos pais e o pai da criança será submetido a um teste de DNA. O processo deve durar cerca de três meses até a decisão do juiz.
Segundo a advogada, a família passava por diversas situações em casa. “Eles estavam sem energia (três talões vencidos no valor de quase 700,00), sem ter o que comer. Com um filho de 9 anos que, no dia do parto, teve queimado 20% do corpo. A mãe se viu em desespero. Como ela levaria um bebê prematuro pra casa nessas condições desumanas?”, relata Rayanne.
A advogada ainda alega que o pai está desempregado. E a mãe perdeu as diárias que fazia depois de reportagens na TV afirmarem que ela é usuária de drogas. “A patroa disse que não aceitaria uma usuária na casa dela e a dispensou pela portaria do prédio, ficando os dois sem renda”, conta. “Eles não são usuários de drogas. São trabalhadores que batalham por uma vida digna”, completa.
Repercussão
De acordo com a advogada, a família não imaginava a repercussão que o caso teria. “Eles estão assustados, não querem mais dar entrevista e o que eles pedem é só uma chance de emprego”, explica.
Rayanne ainda alega que o casal está preparando tudo para receber a criança. “O bebê já tem berço, banheira e enxoval. Falta fraldas e leite”, afirma. “Eles voltaram atrás porque viram ser possível mudar a situação pra ter o filho. A mãe só o deixou pensando no bem estar dele. Nada mais!”, finaliza.
*Larissa Lopes é integrante do programa de estágio do convênio entre Ciee e Mais Goiás, sob orientação de Hugo Oliveira