Pais de alunos defendem ex-comandante de Escola Militar em Aparecida após polêmica
Pais de alunos defendem o legado deixado pelo ex-comandante do Colégio Estadual da Polícia Militar…
Pais de alunos defendem o legado deixado pelo ex-comandante do Colégio Estadual da Polícia Militar Unidade Colina Azul, tenente-coronel Clécio Teles, que foi enviado à reserva na semana passada após divulgação de vídeos em que alunos aparecem em situações consideradas extra-educacionais. O próprio ex-diretor diz que “transformou” a unidade educacional, mas saiu por pressões políticas.
A saída ocorreu depois que o Ministério Público do Estado (MP-GO) solicitou informações sobre relato de que alunos teriam sido obrigados a idolatrar um funcionário do Colégio Estadual da Polícia Militar Colina Azul.
A cabeleireira Adelita Botelho, cuja filha estuda no 2º ano do Ensino Médio no colégio, diz que quando Clécio assumiu a direção da escola, o colégio “era um lixo”. Há cinco anos, quando colocou a filha na instituição, chegou a dizer para o marido que, se colégio militar fosse aquilo, iria tirar a criança.
Ela relata que o Clécio Teles assumiu logo depois e houve uma transformação. O resultado transpareceu, para ela, não somente nas instalações do colégio, que passou por reformas, mas também na motivação dos alunos, que saltaram para os primeiros lugares em notas em ensino de Aparecida de Goiânia.
O autônomo Juliano Duarte, cujo filho e sobrinho estudam na unidade, também diz haver um “antes e um depois” de o comando de Clécio. “Fez a diferença para muitos alunos. Transformou a Educação na escola, deixando-a nos primeiros lugares dos indicadores em Goiás. Ele foi perseguido por pais que não concordam com o regime militar e foi injustiçado. Mas digo que todos os colégios do Estado deveriam seguir o exemplo do comandante”, aponta.
Reformas e disciplina transformaram o colégio, diz ex-c0mandante
A transformação que os pais apontam tem pelo menos dois pilares: disciplina e reformas estruturais. “Sociedade sem disciplina é fracassada”, diz o ex-comandante. Para reforçar essa disciplina nos alunos, Clécio Teles instituiu uma disciplina militar, com formação de filas separadas entre meninos e meninas, além de todos colocados de mãos para trás.
Como complemento, o militar diz que há a estrutura física. Ele lembra que quando chegou para comandar o colégio, no dia 10 de fevereiro de 2017, a estrutura física era a mesma de 1992. “Havia grades nas janelas e vi que era preciso transformar isso”, diz. Para isso, ajudou a formar uma associação de pais e mestres para arrecadar fundos para a reestruturação da escola, já que somente recursos governamentais não seriam suficientes. E deu certo.
Ele enumera as reformas conquistadas: ginásio, piscina, quadra, quadra de areia, reforma de todas as salas, ar-condicionado.
A união destas medidas foi uma transformação. O ex-comandante diz que a escola saltou em números do Ideb nos últimos anos. A média de notas de redação também subiu.
“Sempre trabalhei alunos como pessoas e não como números”, gosta de repetir. “Temos um vínculo afetivo muito grande com a comunidade e com a escola. Tenho um amor muito grande por esse colégio, que ajudei a transformar”, orgulha-se. “Saio contrariado após ações com interesses políticos, mas a vida é assim. Agradeço aos pais e aos alunos”, finaliza.