"Foi incidente"

Pais denunciam suposta agressão contra bebê de 6 meses em creche municipal de Piracanjuba

Criança apresentava hematomas nos braços e pernas mas coordenador pedagógico descarta hipótese de agressão

Os pais de um bebê de seis meses protocolaram denúncia por suposta agressão ao filho numa creche municipal de Piracanjuba, na tarde quinta-feira (20). Segundo a mãe da criança, ela recebeu uma ligação na terça-feira (19) por volta das 16h20 pedindo que fosse até a Creche Mul Lar das Crianças pois o bebê havia sido mordido por outra criança.

“Quando cheguei lá ele estava todo machucado e com mais de dez mordidas espalhadas pelo corpo”, conta Letícia Silva, mãe do bebê. Ao sair da unidade, a mãe levou a criança ao hospital de depois foi ao Conselho Tutelar e à polícia.

“Tem duas marcas no rosto que para mim não são mordidas. Hoje até fui ao IML de Morrinhos pedir um exame de corpo e delito detalhado. Parece um arranhado como se tivesse caído no cimento ou que tivessem passado algo no rostinho dele”, relata a mãe.

A Secretaria Municipal de Educação, por meio do coordenador pedagógico que não quis se identificar, afirma que a hipótese de agressão foi descartada. “De fato ocorreu uma situação mas não estamos considerando como agressão, mas sim um incidente”, afirma. “Os pais já encaminharam o filho para exames, que de fato comprovou que não houve esse tipo de comportamento. Eles já nos afirmaram inclusive que o laudo vai sair em dez dias, mas já foi comprovado que não houve espancamento”, completa o coordenador.

Em contrapartida, a mãe diz que foi até a unidade escolar para pegar a transferência da criança, mas não tocou no assunto e não informou sobre o laudo na escola. “Pois queremos resolver tudo na justiça”, diz.

O coordenador informou, ainda, que as medidas estão sendo tomadas. “Já foi aberto um processo administrativo para apurar o caso e as crianças envolvidas já foram encaminhadas para outra unidade”, diz.

O caso está na Delegacia da Polícia Civil de Piracanjuba. “Os envolvidos já foram intimados e prestarão depoimentos a partir da semana que vem”, afirma Leylton Barros, responsável pela investigação. “A criança de fato foi agredida, não há dúvidas, mas agora queremos saber quem agrediu. Se foi outra criança ou um adulto. Isso saberemos pela perícia”, finaliza.

*Larissa Lopes é integrante do programa de estágio do convênio entre Ciee e Mais Goiás, sob orientação de Thaís Lobo