TÁ SALGADA

Pamonha fica mais cara em Goiânia; saiba o motivo

Comerciantes relatam que subiram os preços dos produtos derivados do grão pelo alto valor da saca

A alta da saca do milho no Estado de Goiás nos últimos meses tem causado consequências no preço da pamonha, em Goiânia. Com isso, claro, o produto está mais caro. Um boletim semanal, divulgado na segunda-feira (11) pelo Instituto de Fortalecimento da Agropecuária de Goiás (Ifag), revelou que a saca do grão está custando em média R$ 70 – nunca tinha superado os R$ 60.

O Instituto explica que quem sofre consequências negativas com a alta são os comerciantes e consumidores, já que derivados do milho, como a pamonha, também custam mais caro. Em janeiro do ano passado, a saca do milho custava R$ 51,89, cerca de R$ 20 menos que neste ano, segundo dados disponibilizados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).

Gerente de uma pamonharia localizada no Setor Nova Suíça, Simone Anselmo relata que nunca havia pago tão caro para produzir a pamonha. “Acho que pela pandemia teve uma escassez de milho, tentamos segurar, mas em setembro, a gente não tinha mais milho. Nesses anos todos nunca tínhamos pago R$ 60 como há uns meses atrás. Ajustamos o preço em 20% e explicamos para os clientes”, disse a ela.

Já o comerciante Benício Júnio afirma que não aumentou o preço da pamonha em seu estabelecimento e que, para ele, o valor está ideal. “Acho que R$ 8 no momento é o preço ideal. Há mais ou menos uns dois meses o preço estava um absurdo de caro e mesmo assim não aumentamos. As vendas devem melhorar quando fizer mais frio ou chover”, acredita ao mencionar os costumes do “goiano raiz”.

Pamonha vendida na pamonharia da comerciante Simone (Foto: Reprodução / Pamonharia Frutos da Terra)
Pamonha vendida na pamonharia da comerciante Simone (Foto: Reprodução / Pamonharia Frutos da Terra)

O comerciante Ermindo Gervásio Carneiro, de uma pamonharia localizada no setor Oeste, afirma que a causa da alta são as exportações brasileiras de milho e soja para o mercado internacional. “Estão pagando um preço melhor do que o mercado interno e isso leva a uma diminuição de oferta de milho aqui, conseqüentemente o preço sobe. Acho muito difícil voltar ao que era antes”, explica Ermindo.

Ifag

De acordo com o Ifag, os produtores rurais devem vender o grão por um preço mais alto com a alta da saca do milho. Em Rio Verde, Goiás, a saca já custa R$ 75,00.

Consultores da Safras & Mercado estimam que 25,2% da segunda safra de milho prevista para este ano já está reservada. Na mesma época de 2020, essa proporção era de 13,7%.

Goiás é um dos estados com maior nível de venda antecipada, com 27,2% vendidos, ficando atrás, apenas, de Mato Grosso, em que a estimativa é de 30,9% da produção já vendida.