Pamonharias de Goiânia passam sufoco para atender demanda com o frio
Não pode fazer frio, que o goiano aumenta o consumo de pamonha. Parece até brincadeira,…
Não pode fazer frio, que o goiano aumenta o consumo de pamonha. Parece até brincadeira, mas é a mais pura realidade em Goiânia. Em uma pamonharia com unidades no Bueno e Nova Suíça, os números de produção mais que dobraram para dar conta da demanda, nesta semana – inclusive de funcionários.
A atendente Clarissa Manoela explica que a produção média de pamonhas nas lojas é de 600 por dia. Na quarta-feira (18), foram 1.300. Para esta quinta-feira (19), a expectativa é que o número seja ainda maior.
“Hoje vamos fazer pamonha enquanto tiver milho”, diz animada. De acordo com ela, a produção, que tinha oito pessoas, agora conta com 16. Mesmo assim, a demanda está difícil de suprir.
De acordo com ela, as entregas variam de 30 a 32 por dia – a pamonharia funciona até às 22h30. Até às 15h desta quinta, já tinha ocorrido 25. “Isso, porque nós desligamos os aplicativos. Só nos nossos entregadores que estão trabalhando. Não estamos conseguindo atender toda demanda.” Questionada qual sabor sai mais, ela diz que a doce equivale a cerca de 60% da saída.
E não foi só isso que aumentou. Sem dar números de produção, ela afirma que o caldo, empadão e chica doida também tiveram mais consumos nesta semana.
Não por acaso a prefeitura de Goiânia emitiu um decreto de brincadeira na última terça-feira (17). Em um dos “artigos”, ele avisava que era bom pedir “pamonha pela manhã para não ficar sem”. Inclusive, a madruga desta quinta-feira foi a mais fria da capital desde 1977, com 5ºC.
Em outra pamonharia, no Centro, o dono nem teve tempo de dizer o nome ou atender a ligação do portal. “Me desculpa, as pamonhas acabaram todas, eu estou sem tempo de falar com você”, disse apressado antes de desligar o telefone.
Driblando a escassez
O professor de engenharia Nelio Neves é fã de uma pamonha. Ele descobriu uma forma de se esquivar da escassez do produto na capital: comprar milho e fazer em casa. “Comprei sete espigas nesta quinta (19). Na sexta à noite vamos fazer.”
Para ele, comer a pamonha tem uma charme diferente, que tem a ver com o psicológico e o visual. “Abrir a palha, ver o vapor subindo… A medida que vai desmontando, sentindo que o calor vai aumentando… Parece que fica melhor.”
O professor destaca, ainda, que existe a questão calórica. “Ela é rica em caloria, o que compensa o frio, já que o corpo gasta mais.”