Operação Caifás

Papa Francisco aceita renúncia do Bispo de Formosa acusado de desviar R$ 2 milhões da igreja

Dom. José Ronaldo Ribeiro é investigado de compôr um associação criminosa que desviada dinheiro de taxas de serviço realizados na Diocese

Em anúncio publicado na manhã desta quarta-feira (12), o Papa Francisco aceitou a renúncia do Bispo de Formosa, Dom. José Ronaldo Ribeiro. O bispo é acusado de compor um esquema criminoso que levou a desvios de mais de R$ 2 milhões na Diocese de Formosa. Ainda na publicação do Vaticano, o Arcebispo de Uberaba, Monsenhor Paulo Mendes Machado, foi nomeado como administrador apostólico do município.

A Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), por meio de comunicado em seu site, confirmou a informação e destacou uma pequena biografia de Dom. José Ronaldo. Ele, junto com outras oito pessoas foram presas após a deflagração da Operação Caifás, em março deste ano, realizada pelo Ministério Público de Goiás (MPGO). A ação se deu após fiéis denunciarem a falta de transparência da igreja com os valores oriundos dos dízimos, doações, taxas de batismo, casamento e de arrecadações festivais. Ainda conforme o órgão, os desvios teriam sido inciados em 2015.

Foram cumpridos, à época, nove mandados de prisão e 10 de busca e apreensão. Foram detidos temporariamente: Epitácio Cardozo Pereira (Vigário-geral Monsenhor), José Ronaldo Ribeiro (Bispo Diocesano), Duílio Rodrigues Menezes (Secretário de Mitra), Guilherme Frederico Magalhães (Secretário de Mitra), Moacyr Santana ( Padre), Mário Vieira de Brito (Padre), Thiago Venceslau (Juiz Eclesiástico) Antônio Rubens Ferreira, Pedro Henrique Costa Augusto, Edimundo da Silva Borges Junior, Waldson José de Melo (padre).

Ainda conforme as investigações, durante o cumprimento dos mandados de busca e apreensão, foram encontrados com os acusados uma grande quantidade de dinheiro, coleção de relógios, carros de luxos e produtos eletrônicos. Para lograr a lavagem de dinheiro, alguns compraram gados e uma casa lotérica, na cidade de Posse. Dos valores arrecadado nas paróquias, 10% vinham de taxas de casamentos, batismos e dízimos. Outros 15% referentes ao adquirido em festejos eram destinados à cúria para custear as despesas da igreja e realização de projetos sociais. Mas, segundo as investigações, o dinheiro era desviado para contas pessoais dos párocos por meio de transferências bancárias ou em espécie. Em média, a diocese arrecada cerca de R$ 17 milhões por ano e estima-se que, de 2017 até as prisões, o grupo tenha desviado R$ 2 milhões.

Em abril, a 2° Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás expediu o alvará de soltura em favor do bispo e de mais seis acusados:  Mário Vieira de Brito, Moacyr Santana, Antônio Rubens Ferreira, Waldson José de Melo, Epitácio Cardozo Pereira, Pedro Henrique Costa Augusto. Em agosto foi realizada a primeira audiência de instrução, mas foi adiado devido ao Ministério Público apresentar novos documentos relacionado com o processo. Nesta segunda-feira (10), ocorreu a audiência, aonde duas testemunhas foram ouvidas e ainda falta a oitiva de mais dez pessoas. Com isso, a audiência foi remarcada para o próximo dia 11 de outubro.

O Mais Goiás tentou contato com o advogado do bispo, Lucas de Castro Rivas, e com o promotor do caso, Douglas Chegury, mas nossas ligações não foram atendidas.

Documento foi publicado Vaticano (Foto: Reprodução)