Parentes de detentos protestam contra maus-tratos no Complexo Prisional de Aparecida
Segundo as manifestantes, seus parentes estão sem comida, água, roupas e cobertores; reeducandos ainda estariam sendo agredidos por agentes prisionais
Dois dias após denúncia de agentes prisionais punindo detentos com “corredor polonês” no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, parentes de presidiários protestaram, na tarde de domingo (5), na entrada do local. O motivo, segundo eles, são os casos de maus-tratos enfrentados pelos entes reclusos, principalmente, na Casa de Prisão Provisória (CPP). Segundo as manifestantes, os detentos estão sem roupas, colchão e alimentação há dias.
Em entrevista concedida ao Mais Goiás, a advogada Silvana Marta contou que os detentos estão sendo torturados por agentes do presídio constantemente. “Eles estão sem colchão e sem água e comida! São maus-tratos e eles são tratados assim constantemente”, declara.
A jovem Thayne Macedo, esposa de um dos detentos, conta que os agentes prisionais estão colocando membros de facção inimigas para brigarem, açoitando os detentos e os privando de receber alimentação. Thayne afirma que a comida levada por parentes para os presos do Complexo está sendo desviada e não é entregue para os familiares encarcerados.
“Minha sogra estava esperando para ver meu esposo no horário de visita. Ela só conseguiu entrar depois de horas aguardando do lado de fora e, mesmo assim, ficou poucos minutos. Assim que saiu começou a quebradeira lá dentro. Eles [agentes penitenciários] estão torturando os detentos!”, vocifera.
Thayne alega que duas ambulâncias saíram de dentro do Complexo no domingo à tarde levando prisioneiros feridos para unidades de saúde, o que só provocou ainda mais desespero nos familiares que não conseguem falar com a administração do presídio.
Em nota, a Direção da Casa de Prisão Provisória (CPP) de Aparecida de Goiânia, unidade pertencente à 1ª Regional Prisional Metropolitana da Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP), informou que a ordem e a disciplina seguiam normalizadas no local. O Mais Goiás não conseguiu contato com a assessoria da Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP).