natureza

Parque de Alto Paraíso registra onça-pintada pela primeira vez

Vídeo foi produzido com auxílio de armadilhas fotográficas no dia 8 de agosto deste ano

Onça-pintada vista no Parque de Alto Paraíso (Foto: Reprodução)

Com auxílio de armadilhas fotográficas, a direção do Parque Estadual Águas do Paraíso (Peap), uma das 24 unidades de conservação administradas pelo Governo de Goiás, registrou pela primeira vez a presença de uma onça-pintada no perímetro da unidade. O vídeo foi produzido no dia 8 de agosto de 2024, em uma trilha de uso restrito da equipe do Peap, que fica em Alto Paraíso.

“Embora seja de grande porte e possa pesar mais de 100 kg, a onça-pintada não oferece perigo para os turistas e população do entorno da unidade de conservação”, explica Mozart Freitas, servidor da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) e coordenador do parque. “A dieta dessas onças é composta principalmente por catetos, capivaras, tamanduás, além de outros animais nativos do Cerrado, e relatos de conflitos diretos com pessoas são praticamente inexistentes”.

Mozart afirma que a onça-pintada é o maior felídeo das américas e terceiro maior do mundo. Normalmente, a coloração é amarela com pintas (rosetas) pretas, mas ocasionalmente o animal pode nascer totalmente preto, fator genético conhecido como melanismo. “O amarelo é substituído pelo preto, mas suas pintas características ainda estão presentes”, diz.

Apesar de ser um animal de topo de cadeia (sendo o maior predador onde ocorre), a onça-pintada está ameaçada de extinção e classificada como ‘vulnerável’ no Brasil pelo Ministério do Meio Ambiente. “As principais ameaças que a onça-pintada sofre hoje são a perda e fragmentação de seu habitat, atropelamentos e caça por represália”, diz o servidor da Semad.

Armadilhas fotográficas
O equipamento utilizado para fazer o registro da onça é amplamente usado para pesquisa e monitoramento de animais silvestres (principalmente mamíferos de médio e grande porte).

A câmera tem mecanismo de detecção de calor e movimento, e fica instalada em locais onde se espera que os animais passarão. “Quando o equipamento detecta a presença de um animal ele faz um registro (vídeo ou foto) que fica gravado em um cartão de memória. Posteriormente esse cartão é recolhido pelo pesquisador que faz a leitura em um computador ou celular”, complementa Mozart.

Essas imagens ajudam grupos de pesquisa a definir padrões de movimento e horários de atividade, uso de habitat, entre outros aspectos da rotina de determinadas espécies.