Parte dos rejeitos do Césio-137 ainda serão radioativos por 300 anos
Acidente em Goiânia rendeu 6 toneladas de rejeitos radiológicos
O coordenador da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), Walter Mendes Ferreira, garante que Goiânia está segura desde a descontaminação do acidente do Césio-137, há 34 anos, mas afirma que uma parte mínima dos rejeitos retirados podem continuar com atividades radioativas por 300 anos. Ele lembra que foram retirados 6 toneladas de resíduos radioativos. É considerado o maior acidente radiológico do mundo.
Ele, que foi quem identificou o acidente do Césio-137 em Goiânia e ainda atuou na descontaminação, informa que a meia-vida do agente radioativo é de 30 anos, o que significa que neste período ele perde metade de sua atividade. “Mas a atividade deixa de ser radioativa após 300 anos, uma quantidade muito pequena.”
O físico lembra, ainda, que oito locais foram contaminados, o que resultou em casas demolidas e terrenos perfurados. Ao Mais Goiás, ele explica que a descontaminação é feita por análise de terra, com verificação de indícios. “Parte dos materiais foi possível ser descontaminado. Como retirar uma camada de poeira”, faz uma analogia as toneladas que foram removidas da superfície do solo.
Desta forma, questionado se há qualquer risco em Goiânia, ele afirma que não, desde a descontaminação. Walter informa, ainda, que as pessoas contaminadas levam vidas normais e são acompanhadas pelo Centro de Assistência aos Radioacidentados (CARA).
Ele lembra, ainda, que a Comissão que coordena mantém, em Abadia de Goiás, o depósito para controle dos resíduos.
Césio-137 em Goiânia: 34 anos do maior acidente radiológico do mundo
Em setembro de 1987, Goiânia foi palco do maior acidente radiológico do mundo fora de uma usina nuclear, com o Césio-137. Há exatos 34 anos, o manuseio indevido de um aparelho de radioterapia abandonado gerou o acidente que envolveu centenas de pessoas direta e indiretamente. A abertura irremediada de um cabeçote de chumbo que guardava o mencionado elemento ocasionou mortes e sequelas irreparáveis.