Seria possível?

Passagem de ônibus pode custar R$ 2,83, segundo proposta da CMTC

Uma proposta apresentada pelo presidente da Companhia Metropolitana de Transportes Coletivo (CMTC), Benjamin Kennedy, pode…

Uma proposta apresentada pelo presidente da Companhia Metropolitana de Transportes Coletivo (CMTC), Benjamin Kennedy, pode diminuir o preço da passagem do transporte coletivo de Goiânia para até R$ 2,83. O texto foi divulgado esta semana, durante um workshop, no Conselho de Regional de Engenharia e Arquitetura de Estado de Goiás (Crea-GO).

O gestor defende a criação de um fundo, abastecido com cobranças para proprietários de carros individuais, para cobrir gastos atualmente quitados com valores obtidos com a venda de bilhetes. O objetivo é que a proposta seja apresentada ao Governo do Estado para que seja apresentada na Assembleia Legislativa com o intuito de se tornar um projeto de lei.

Segundo Kennedy, atualmente os usuários custeiam as gratuidades de estudantes, idosos, policiais, entre outros. Isso equivale a 16,4% do valor da tarifa. No preço, também está o subsídio dos terminais, que varia de 3% a 4%. Além de 1% do valor da passagem que vai para o órgão gestor do transporte. “O contrato firmado em 2008 não deixa uma cláusula clara sobre as melhorias a serem adotadas pelas companhias. Apenas que as melhorias deveriam ser incluídas no valor da tarifa. Porém, os usuários não sentem essas mudanças, afirma.

Benjamin explica que a redução seria por meio de um fundo que cobrisse os atuais gastos inseridos no preço da passagem. Nele entrariam valores oriundos de um incremento na taxa de licenciamento de veículos, por exemplo. Anualmente, esse valor seria de R$ 65 por licença, o que renderia uma receita de R$ 250 milhões em Goiânia. “Seria o equivalente a R$ 5,40 por mês dentro do imposto. É um custo muito pequeno para o contribuinte e ajudaria até o Governo Estadual na desoneração da tarifa. Hoje, o Executivo custeia R$ 66 milhões de gratuidades. Com isso, conseguiríamos reduzir o preço da passagem para patamares que variam de R$ 2,83 a R$ 3,40″, conta.

O referido fundo também receberia verbas de taxas de regulamentação dos transportes por aplicativo.”Esse tipo de  serviço abrange diversas cidades da região metropolitana de Goiânia, mas sem pagar nenhum tipo de imposto ao município. É necessária essa regulamentação. Não somos contra o serviço, desde que este ande dentro da normalidade com a lei”, ressalta.

O Mais Goiás entrou em contato com a Prefeitura de Goiânia para falar do assunto e fomos informados que o presidente da CMTC que aborda esta questão. A reportagem também tentou contato com as prefeituras de Trindade e Aparecida com o mesmo objetivo, mas não obtivemos retorno.

Na prática

Benjamin ressalta que já teve conversas sobre o assunto com os prefeitos de Goiânia, Iris Rezende (MDB), de Aparecida, Gustavo Mendanha (MDB), e de Trindade, Jânio Darrot (PSDB). De acordo com o presidente, as sinalizações foram positivas. A expectativa é que até em agosto todos os membros da CDTC, representantes das empresas e demais atores estejam cientes da proposta.

“Eu quero até em dezembro [deste ano] trazer boas notícias aos usuários e que em janeiro do ano que vem já tenhamos uma tarifa mais acessível, sem a necessidade de reajustes anuais como de costume. Além disso, apresentar um cronograma de melhorias como implantações de novos ônibus, mais viagens, maior segurança, melhorias nas linhas existentes, manutenções constantes em terminais e isso englobando até o Eixo Anhanguera”, pontua.

O que os usuários acham?

A estudante Emanuelle Araújo, de 20 anos, destaca que, se a proposta realmente vigorasse, seria de grande valia para os usuários. Segundo ela, o atual valor não condiz com a realidade enfrentada por ela todos os dias. “O atual serviço de transporte de Goiânia não é digno nem se fosse de graça. Se a passagem abaixar até esse valor, seria muito bom, mas as melhorias, tão prometidas, deveriam acompanhar o mesmo ritmo”, enfatiza.

A doméstica Rosa da Silva, de 45 anos, caracteriza a redução de tarifa como “necessária”, mas diz que não acredita que vá se concretizar. “Enfrentamos terminais sujos, ônibus sucateados, lotados, sem horários certos para passar. Essa redução seria justa, mas não acredito que venha acontecer”, diz.