Passagem de ônibus pode ficar mais cara em 2021 por causa da pandemia
A redução do número de passageiros nos ônibus, causada pela pandemia de Covid-19, pode levar…
A redução do número de passageiros nos ônibus, causada pela pandemia de Covid-19, pode levar a um grande aumento da passagem no próximo período. É o que afirma a Associação Nacional de Empresas de Transportes Urbanos (NTU). Em todo o país a defasagem do setor está em 70%, de acordo com a entidade.
A NTU acredita que a tendência é nacional, uma vez que várias prefeituras e governos dos estados orientaram a redução do transporte coletivo em virtude da pandemia da Covid-19.
De acordo com o presidente da entidade, Otávio Vieira da Cunha Filho, a baixa da taxa de ocupação dos ônibus em todo o país vai levar exigir uma nova estruturação da entidade.
“A tarifa vai aumentar porque se pega o custo do ônibus, do serviço, da garagem, soma tudo e divide pelo número de pessoas transportadas. Quando se tem menos gente dentro do ônibus e o custo fica mantido, a tarifa aumenta”, disse o presidente.
Uma das saídas encontradas por empresas e gestores é pressionar o poder público ajudar no custeio dessas passagens. No início da pandemia, as entidades apresentaram um conjunto de medidas para socorrer o setor. Uma delas, chamada Transporte Social, propõe que o governo federal compre R$ 2,5 bilhões por mês em passagens enquanto durar a crise da Covid-19.
“Uma parte tem que ser a tarifa e a outra um complemento pago por uma fonte extra tarifária, como subsídio, criação de uma fonte pelo poder público, imposto pela gasolina que o transporte individual pode pagar para manter a qualidade do coletivo, cobrança de pedágio, taxas sobre estacionamentos, são várias soluções que países desenvolvidos fazem hoje que permitem que a tarifa caiba no bolso do usuário e que haja um serviço de altíssima qualidade, porque a outra parte do custo está sendo paga pelo governo”, avaliou Otávio.
Aumento bem maior do que a inflação em Goiânia
Em entrevista ao Mais Goiás, o presidente da Companhia Metropolitana de Transporte Coletivo (CMTC), Benjamin Kennedy Machado da Costa, afirmou que não há parâmetros para realizar o cálculo da passagem em 2021. Mas ressaltou também que poderá haver um grande aumento se o custeio ficar só por conta da tarifa.
“Com certeza (a pandemia) vai refletir no valor da tarifa. Em Goiânia temos apenas 38% da demanda habitual. Se continuarmos nesse mesmo sistema, no qual a tarifa custeia tudo, o reajuste será bem maior do que qualquer tipo de parâmetro, como a inflação, por exemplo”.
Benjamin afirmou também que a saída é buscar receitas extra-tarifárias com o poder público. “O transporte público é um serviço essencial. Existe um movimento nacional para que prefeituras, governos e união contribuam com essa questão para que os custos não caiam somente no bolso do passageiro. A ideia é buscar essas receitas para que que o usuário não precise pagar e até mesmo trazer melhorias”, concluiu.