DEFENSORIA

Pastor de Goiânia acusado de abuso sexual teria praticado primeiro crime há 20 anos

O suposto crime sexual mais antigo do pastor de Goiânia Esney Martins da Costa, acusado…

O suposto crime sexual mais antigo do pastor de Goiânia Esney Martins da Costa, acusado por nove mulheres, teria ocorrido há mais de 20 anos, segundo a Defensoria Pública de Goiás (DPE-GO). Gabriela Hamdan, coordenadora do Núcleo Especializado de Defesa e Promoção dos Direitos da Mulher disse em coletiva, nesta quarta (4), que “esse fio é antigo e não sabemos quando ele para”.

“O que observamos de crimes sexuais por líderes religiosos é que eles têm certa sequencia temporal, não são recentes, somente. [Neste caso] É uma sequência de mais de 20 anos, com mulheres diferentes em contextos de épocas diferentes”, explica.

A defensora afirma que não é possível quantificar o número de possíveis vítimas. Segundo ela, as mulheres têm vergonha, umas vez que os abusos começam sutis e, quando elas percebem, já estão em “dificuldades de sair”.

Sobre as vítimas, Gabriela as descreve com mulheres com vulnerabilidade financeira ou social, que se sentiram acolhidas na congregação. “Se sentiam muito bem acolhidas pelo pastor”, relatou. Atualmente, o religioso é investigado em dois inquéritos policiais pela suspeita crimes sexuais.

Nota

Por nota, a Defensoria Pública de Goiás pediu que mulheres vítimas de abuso sexual denunciem. O atendimento pode ser feito pelo WhatsApp.

“A Defensoria Pública acredita que podem existir outras mulheres vítimas de abuso sexual que ainda não denunciaram por não saberem como fazer. O Nudem dispõem de um número de whatsapp por onde elas podem procurar pelo atendimento: (62) 98307-0250.”

Investigação

Ao todo, dois inquéritos policiais foram instaurados para apurar os crimes. Um deles na Deam e o outro na DPCA. Segundo a Polícia Civil, vítimas e o suspeito já foram ouvidos. Ambos processos estão em fase final de conclusão.

O caso chegou até à corporação por intermédio da Defensoria Pública. Um servidor do órgão, que também é frequentador da Igreja Evangélica Renascendo para Cristo, ouviu relatos das vítimas e as orientou a buscar atendimento no Núcleo Especializado de Defesa e Promoção dos Direitos da Mulher (Nudem).

No dia 2 de junho, as vítimas formalizaram a denúncia na Polícia Civil. Nesta quarta (4), porém, chegou a nove o número de denúncias de fiéis contra o pastor EsneyÀ Polícia, ele negou os crimes.

Defesa

Nesta quarta-feira, a advogada do Esney, Rosângela Magalhães, se manifestou por nota. Confira:

“A defesa do Pastor Esney Martins da Costa esclarece que o mesmo já foi ouvido na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher de Goiânia e prestou todas as informações que lhe foram solicitadas, bem como se colocou formalmente à disposição da Delegada Titular da Delegacia de Proteção da Criança e Adolescente de Goiânia, para esclarecer quaisquer denúncias formuladas.

Assim, protesta pela preservação de sua intimidade, em especial de sua família e de sua igreja, para que não ocorra a espetacularização de sua imagem, vez que está colaborando com as investigações e não coloca óbice à atuação da Justiça. Inclusive se afastou de suas funções na igreja, enquanto durar a apuração dos fatos.

Esclarece que o pedido de prisão preventiva foi negado pelo Juiz para o qual foi distribuído, pois as denúncias formuladas não tratam de fatos praticados com violência ou grave ameaça à pessoa, bem como lhes falta contemporaneidade.

A defesa confia no Estado Democrático de Direito e nas instituições, no sentido de garantirem a lisura e a imparcialidade essenciais à persecução penal.”