Pastor e bispo são acusados de estelionato por venda irregular de igreja
O pastor, que morava em Goiânia, vendeu a igreja e se mudou para uma cidade do interior. O caso já foi encaminhado ao poder judiciário
A Polícia Civil de Goiânia indiciou o pastor Valtuir Martins Ferreira e o bispo Gilmar Martins pela comercialização irregular da Igreja Batista, localizada na rua U-64 na Vila União, à congregação Luz Para os Povos. Valtuir, responsável pela venda se mudou para uma cidade no entorno de Brasília após a transação. Ambos são investigados por estelionato.
Segundo o delegado titular do 1° Distrito Policial (DP) de Goiânia, Isaías Pinheiro, responsável pelo caso, o pastor afirmou que assumiu o local em 1997 e, em 2001, organizou uma assembleia para a união entre as duas igrejas. Nas palavras do pastor, a venda foi “fictícia”, e não teve troca de valores. O eclesiasta afirmou aos fiéis que o local não seria fechado e sim, associado à Luz Para os Povos.
Porém, a igreja, uma das mais antigas da região, está fechada e não recebe mais celebrações. Os mais de 300 frequentadores da Igreja Batista querem a anulação da venda e que o local seja reaberto.
O bispo Gilmar Martins disse que por anos ele o pastor tinham duas congregações separadas apenas por um muro e como as doutrinas são iguais, decidiram unir as congregações.
“Isso ocorreu em 2001. Nos tornamos uma só igreja e, em 2013, decidimos organizar os documentos da fusão. Fizemos a transferência com um valor fictício, sem nenhum ônus ou bônus, apenas para registrar o imóvel no nome da igreja”. Gilmar alega que a maioria das pessoas que fizeram parte do processo de união continua na igreja. “Essas pessoas que se manifestaram negativamente, não faziam parte da igreja, já haviam deixado a Batista há anos. A denúncia não procede, e o delegado foi infeliz em suas declarações”.
Isaías expõe que a investigação começou após a denúncia dos fiéis e todos os envolvidos já foram interrogados. “Os dois estão sendo acusados de estelionato contra a congregação. Valtuir Martins Ferreira fraudou uma assembleia para poder vender o templo por um valor abaixo do mercado e sem comunicar aos fiéis”. O suposto golpe está sendo avaliado em 400 mil reais, o valor real da local. “O Pastor vendeu a igreja por 80 mil reais e com o dinheiro foi morar em Cachoeira Alta (município a 358 quilômetros de Goiânia). O caso já foi encaminhado ao poder judiciário e está sendo investigado”, concluiu.
O Mais Goiás fez contato com o pastor Valtuir, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria.
*Fabrício Moretti é integrante do programa de estágio do convênio entre Ciee e Mais Goiás, sob orientação de Thaís Lobo