Patrão suspeito de agredir motorista é indiciado por tortura, em Aparecida

O patrão suspeito de agredir um motorista, de 32 anos, em Aparecida de Goiânia, foi indiciado por tortura, ameaça, dano qualificado e invasão de domicílio. O caso é investigado pelo delegado Divino Batista dos Santos, após o colaborador denunciar que foi agredido por horas depois de ser acusado de furtar R$ 8 mil do empresário.

Segundo o investigador, o empregador confessou em depoimento as agressões. Ele também admitiu que utilizou uma barra de ferro para agredir o funcionário com o intuito dele confessar o furto. “Fica evidente o crime de tortura pois, conforme o relato da vítima, ela passou mais de três horas sendo agredida pelo homem”, destaca.

O crime de dano qualificado é caracterizado pelo celular da vítima. Ele contou que o patrão pegou o aparelho e quebrou. Segundo o delegado, o empresário confessou que o telefone móvel foi destruído no momento das agressões.

Ainda de acordo com o delegado, o homem foi até a casa da vítima e revirou o local em busca do dinheiro. Após não encontrá-lo, ele teria ameaçado a vítima, por meio da mãe dela. “Ele teria dito à idosa que, caso o filho não lhe devolvesse o dinheiro, iria matá-lo. Vale ressaltar que, além de idosa, a mãe dele é deficiente física”, destaca o delegado.

O Mais Goiás não conseguiu contato com a defesa do empresário. O espaço permanece aberto para manifestação, caso haja interesse.

Outra investigação

Até o momento, o referido valor não foi encontrado. Por isso, o delegado conta que a investigação sobre o possível furto está em curso. “São crimes diferentes e, por isso, os inquéritos serão diferentes. “Está ainda no início e pediremos aos investigados os extratos das contas bancárias. Eles não são obrigados a isso. Então, eu posso pedir a quebra de sigilo na Justiça”, explica o investigador.

Caso

O caso aconteceu no último dia 22 de fevereiro. Segundo o motorista relatou ao Mais Goiás, ele foi agredido com chutes, socos, pauladas e quase foi eletrocutado pelo patrão. O homem chegou a ser preso em flagrante, mas foi solto em uma audiência de custódia.

Segundo a vítima, para se salvar, ela teria confessado o furto do valor. “Ele me chamava de ladrão e de safado. [Dizia] Que eu tinha roubado a casa dele. Depois de tudo isso, ele me molhou, pegou um fio de energia e disse que iria me matar eletrocutado. Nesse momento, eu confessei que peguei o dinheiro para ele não me matar. O irmão dele chegou no local e o impediu de fazer isso também”, pontuou ao portal.