PC aguarda geolocalização para saber quem cometeu racismo por app de comida
A Polícia Civil (PC) aguarda dados de geolocalização para saber de onde saiu o pedido…
A Polícia Civil (PC) aguarda dados de geolocalização para saber de onde saiu o pedido do Ifood que terminou em um episódio de racismo contra um entregador de uma hamburgueria de Goiânia. Com a informação, a Delegacia de Repressão a Crimes Cibernéticos (DERCC) pode descobrir quem cometeu o crime. Os detalhes foram repassados em entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira (28).
A delegada responsável pelo caso, Sabrina Leles, disse que já solicitou e aguarda do aplicativo Ifood informações acerca de onde partiu o pedido, qual conexão foi utilizada e a geolocalização da suposta cliente.
A investigadora ressaltou que o perfil pode ser falso, mas é possível saber quem o criou. “São dados técnicos que acreditamos que a plataforma tenha condições de nos repassar para chegarmos até a pessoa que enviou as mensagens racistas. É claro que pode ser um perfil fake, mas com as informações há, sim, como descobrirmos quem criou a conta”, salientou.
De acordo com Sabrina Leles, os advogados que representam o condomínio Aldeia do Vale estiveram na delegacia e garantiram que a pessoa cujo nome aparece no pedido não existe no sistema do residencial. “Ou seja, não é moradora, nunca esteve lá como visitante e nem trabalha lá”, disse.
Entenda
O entregador Elson Oliveira Santos, de 39 anos, foi vítima de racismo enquanto trabalhava, no último domingo (25). A cliente de uma hamburgueria localizada no Setor Goiânia 2, se recusou a ser atendida por um entregador, enviando mensagens de cunho racista para o restaurante. “Esse preto não vai entrar no meu condomínio”, “Mandar outro motoboy que seja branco“, “Eu não vou permitir esse macaco“, lê-se.
O Ifood, empresa de entrega de comida pela internet, baniu o perfil do cliente responsável pelas mensagens racistas após o caso ganhar repercussão. O Ifood afirmou, ainda, que está em contato com o entregador para oferecer apoio psicológico. “Em casos de racismo, é importante que seja feito um boletim de ocorrência (BO), além do contato com o Ifood pelos canais oficiais de atendimento”, esclarece a empresa.
Na última terça-feira (27) um grupo de entregadores e populares realizaram uma manifestação na entrada do condomínio. Segundo Sérgio Cecílio, não justifica a sociedade ficar contra os moradores do Aldeia do Vale. “Mesmo que fosse um morador daqui, seria um fato isolado e a pessoa responderia na Justiça”, diz.