Goiânia

PC apreende R$ 450 mil em remédios para tratar pacientes de Covid vendidos ilegalmente

Um suspeito foi preso em flagrante. Investigação apurou que familiares de contaminados pagavam valores exorbitantes por medicamentos sem procedência

PC apreende R$ 450 mil em medicamentos de covid-19 vendidos de maneira ilegal em Goiânia (Foto: Reprodução/Polícia Civil)

Policiais da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Consumidor (Decon) apreenderam R$ 450 mil em remédios usados para tratar pacientes com Covid-19 vendidos de ilegalmente no Setor Negrão de Lima, em Goiânia. Um suspeito, de 33 anos, foi preso nesta quarta-feira (9) em flagrante.

De acordo com a investigação, entre as drogas apreendidas estão a Propofan (Propofol), utilizada para sedação de pacientes e procedimentos clínicos complexos, medicação que compõe o kit intubação, atualmente em falta no mercado e muito utilizado no tratamento de quadros graves da Covid-19 e outras doenças. Medicamentos como Cefriaxona, Heparina, Succinato sódico, Med pex e Etomidato também foram confiscados.

A Polícia Civil descobriu, também, que para evitar a morte de entes queridos, muitas famílias acabavam comprando os produtos sem origem de procedência e desobediência às normas sanitárias. O criminosos aproveitavam do desespero das vítimas e vendiam os medicamentos por valores abusivos, muito acima do que são comercializados no mercado regular.

O detido foi levado à delegacia da Polícia Civil de Goiânia e permanece à disposição da Justiça.

Operação

A referida prisão faz parte da segunda fase da operação Nisi Facilis, cujo objetivo é desarticular associações criminosas especializadas no comércio de medicamentos de alto custo utilizados no tratamento de pacientes graves com covid-19 e outras patologias.

No dia 31 de maio deste ano, sete pessoas foram indiciadas. A investigação concluiu, ainda, que os presos agiam de forma organizada, com divisão de tarefas, entre elas: o fornecimento; intermediação mediante o recebimento de comissão entre fornecedores e revendedores finais e a própria revenda final da medicação. Tudo era feito após a captação de familiares de pacientes graves da covid-19 em ambientes virtuais formados para a aquisição do medicamento.

Todos os envolvidos foram indiciados por associação criminosa (pena de reclusão de 1 a 3 anos) e crime contra a saúde pública consistente no comércio ilícito de medicamentos (pena de 10 a 15 anos de reclusão).