Briga de facções

PC conclui inquérito sobre chacina ocorrida no Residencial 14 Bis, em Goiânia

Caso aconteceu em maio de 2017. Três pessoas morreram na ação e três sobreviveram. Motivação seria acertos de contas de facções rivais

A ordem de execução da Chacina do Uber, ocorrida em meio de 2017 no Setor 14 Bis, em Goiânia, saiu de dentro da Penitenciária Odenir Guimarães. Essa foi a conclusão do inquérito apresentado pela Polícia Civil na manhã desta terça-feira (27) que apresentaram Esmael Gomes Costa, de 21 anos e Eduardo Costa Rego, de 25 anos. Dois menores que não tiveram idades reveladas também foram apreendidos. Na ocasião, Wilther Douglas Dantas Leitão, Murilo de Sousa Santana e Taynan Pereira da Silva integrantes de um facção rival,  acabaram morrendo.

Segundo o delegado Thiago Martimiano, da Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios (DIH), foi possível chegar aos autores depois de realizar uma investigação no pavilhão B da penitenciária Odenir Guimarães.

“Após o crime, iniciamos a investigação sobre o assunto e conseguimos identificar que o Cleidson de Santana Lopes, conhecido como ‘Maninho’, era um dos chefes do pavilhão, ligado ao Comando Vermelho e mandante dos assassinatos”, destaca o delegado.

A motivação do crime, ainda de acordo com a Polícia Civil,  seria a briga de facções criminosas, já que as vítimas integravam uma organização criminosa conhecida como “Conexão Jamaica” e “Ladrões de Boca”.  Eles teriam roubado um carga de entorpecentes de Cleidson uma semana antes do crime.

“As vítimas atuavam no roubo de drogas de outros traficantes. Eles demostravam um interesse, marcava um encontro para compra dos produtos e realizavam o roubo em seguida. Ou seja,[a chacina] seria um acerto de contas”, afirma Martimiano.

Armas foram roubadas da facção rival no dia da ação (Foto:PC)

No dia do crime, além das vítimas fatais, estavam no veículo Ford Ka Gabriela Sousa Paslandim, Leandro da Silva Lima e Patricia Raquel Gomes. Eles foram cercados por dois veículos, um VW Gol e um Renault Sandero, que estavam os autores dos disparos. Gabriela foi atingida por dez disparos, mas sobreviveu aos ferimentos. Leandro e Raquel fugiram ilesos da ação. Leandro, porém, foi morto quatro dias depois em Aparecida.

As vítimas agiam sob comando de Anderson Fernandes de Lima, conhecido como Loteria, e Railson Coelho Delfino de Sousa, vulgo Ratinho. Eles estão presos no módulo de segurança da POG por homicídio e roubo, respectivamente.

“Railson é que mantinha contato com Wilther que trabalhava como Uber, mas que no dia não estava de serviço. Ele que passou a coordenada para o roubo droga do Cleidson para os demais agirem”, destaca o delegado.

Os envolvidos depois tiraram fotos e fizeram montagem com as vítimas e se exibiram com o armamento roubado da facção rival. Segundo o Martimiano, as armas são de calibre 38 e 9 mm, além de uma submetralhadora.

Os envolvidos na chacina responderão por organização criminosa e homicídio qualificado. Os sobreviventes do crime também responderão por organização criminosa.

Menores, que não teve idade revelada, se exibiam com armas nas redes sociais (Foto: PC)