PC investiga venda de diplomas de nível superior em cursinhos e faculdades em Goiás
Oito instituições que oferecem cursos profissionalizantes e três faculdades de Goiás estão sendo investigadas pela…
Oito instituições que oferecem cursos profissionalizantes e três faculdades de Goiás estão sendo investigadas pela Polícia Civil (PC) sob suspeita de estarem emitindo diplomas de curso superior para alunos que sequer frequentavam as aulas. Durante o cumprimento de mandados de busca e apreensão, agentes do 1º Distrito Policial de Goiânia apreenderam, nas casas de alguns investigados, R$ 440 mil em dinheiro.
De acordo com o delegado Glaydson Carvalho, titular do 1º DP de Goiânia, a maioria das instituições investigadas oferece cursos de gestão em segurança pública. “Como o curso é válida como graduação, nível superior, para vários concursos, principalmente os realizados nos estados e municípios, a procura é muito grande. Descobrimos que, mesmo que esses cursos tenham apenas três meses de duração, vários alunos sequer precisaram frequentar as aulas para obter os certificados. Para isso, pagavam R$ 1,2 mil pela inscrição, já recebiam o diploma”.
Os diplomas entregues pelos cursinhos, ainda de acordo com o delegado, são originais, porém as faculdades que os emitem jamais poderiam delegar esse tipo de serviço a outras instituições. “Há uma determinação do Ministério da Educação e Cultura, que também está conosco nesta investigação, que proíbe que as faculdades terceirizem esse tipo de serviço, por isso elas também serão investigadas”, ressaltou o titular do 1º DP.
A suspeita da polícia é que, no prazo de um ano e seis meses, os oito cursinhos profissionalizantes que estão sendo investigados tenham emitido diplomas para quase 13 mil alunos. No decorrer das investigações, que nesta semana irá ouvir os proprietários dos cursinhos e representantes das faculdades, a polícia pretende identificar também quantos destes alunos teriam obtido o diploma sem frequentar as aulas.
Os nomes dos institutos e das faculdades que estão sendo investigados não foram divulgados, mas somente na casa do proprietário de um dos institutos de educação, os agentes apreenderam, dentro de um cofre, R$ 380 mil em dinheiro. Caso comprovada a fraude, os investigados e alunos que não frequentaram as aulas serão indiciados por estelionato, falsidade ideológica, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro.
Apesar da operação da Polícia Civil, os institutos continuam funcionando normalmente, uma vez que, segundo Glaydson Carvalho, além de oferecerem cursos de gestão em segurança pública, eles também atuam na preparação para concursos.