PC prende agentes públicos por cobrança de propina e falhas em fiscalização de boates
Segundo a polícia, os suspeitos trabalhavam na Divisão de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), mas permitiam que menores tivessem acesso a eventos de entrada restrita
Quatro pessoas foram presas na manhã desta quinta-feira (9) suspeitos de cobrar propina para liberar a entrada de menores em festas adultas na cidade de Formosa, a 280 quilômetros de Goiânia. De acordo com a assessoria da Polícia Civil, eles eram funcionários do Departamento de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), indicados pela Vara da Infância e da Juventude (VIJ).
Os promoters e proprietários de boates eram pressionados a contratar serviços de segurança dos envolvidos, pelos quais pagavam valores entre R$ 1 mil e R$ 5 mil. No entanto, os detidos não cumpriam com a obrigação de fiscalizar as festas, de modo a facilitar a entrada de menores, além do uso de drogas e bebidas alcoólicas.
Com medo, organizadores optavam por pagar a propina, pois quem se recusasse receberia “fiscalização redobrada” em seus estabelecimentos.
A Polícia Civil esclarece que os suspeitos não tinham nenhuma ligação com a corporação e que, apesar de terem sido nomeados pelo Poder Judiciário para desempenhar as funções, os quatro não eram servidores públicos, mas pessoas designadas pela VIJ para fiscalizar festas e impedir a entrada de crianças e adolescentes em recintos impróprios a eles.
Os proprietários das casas noturnas envolvidas também serão investigados. Os nomes dos suspeitos não foram revelados para que a divulgação não comprometa o inquérito.
*Fabrício Moretti é integrante do programa de estágio do convênio entre Ciee e Mais Goiás, sob orientação de Thaís Lobo