FACÇÃO

PCC compra 16 imóveis para famílias de presos e cria “call center” para fraudar FGTS

16 imóveis foram comprados pela célula “setor CDHU” do Primeiro Comando da Capital (PCC), em…

16 imóveis foram comprados pela célula “setor CDHU” do Primeiro Comando da Capital (PCC), em São Paulo. Segundo relatório do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), os imóveis teriam sido adquiridos como forma de auxílio para  familiares de presos que fazem parte da facção criminosa.

De acordo com documento, a facção gastou R$ 149.418,49 com pagamentos de parcelas e manutenção de apartamentos.

As investigações apontam, que foi  criado ainda um “call center” para fraudar o serviço de saque emergencial do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).

Imóveis era colocados em nomes de “laranjas”

Os imóveis adquiridos eram colocados em nomes de “laranjas” e destinados aos familiares de integrantes da facção criminosa. No esquema, os moradores ficavam responsáveis apenas pelo pagamento das contas de consumo.

De acordo com o Gaeco, o PCC custeava o financiamento e o pagamento das parcelas dos apartamentos como forma de lavar o dinheiro do tráfico de drogas. Além disso, bancava as despesas condominiais, quando o apartamento comprado estava desocupado. No caso de ocupação, os gastos com condomínio eram pagos pela família beneficiária.

Os moradores de alguns dos apartamentos eram familiares de presos da Penitenciária 2 de Presidente Venceslau (SP). O presídio é o mais forte reduto de integrantes da cúpula do PCC em São Paulo. Outros imóveis foram ocupados por egressos do sistema prisional, segunda as investigações.

“Call center” para fraudar FGTS

Um outro relatório do Gaeco mostra que o “setor CDHU” contava com a ajuda da “célula de falsidades documentais”, que é acusado de falsificar carteiras de identidade, carteiras de habilitação e outros documentos e aplicar golpe no saque emergencial do FGTS.

Os falsários tiveram acesso a listas com dados cadastrais completos de 1.200 beneficiários do saque emergencial, como nome, filiação, data de nascimento, números de CPF e de outros documentos.

O documento divulgado pelo Gaeco não cita o valor total sacado das contas dos beneficiários.