PROTESTO

Goiânia será palco de manifestação contra escala 6×1 na próxima sexta-feira (15/11)

Pressão popular no Congresso: mais de 140 deputados já apoiam a proposta de redução da jornada

Goiânia será palco de uma manifestação contra a escala de trabalho 6×1. O ato acontecerá em frente ao Buriti Shopping, na próxima sexta-feira (15/11), feriado da Proclamação da República.

Ao Mais Goiás, o vereador Fabrício Rosa, um dos organizadores da manifestação na capital goiana, disse que a data do protesto foi escolhida para dialogar com trabalhadores da periferia, que atuam em “jornadas extenuantes na escala 6×1″. “A luta por uma jornada mais equilibrada é justa e necessária. Vamos continuar a pressionar até que a mudança aconteça, para que os trabalhadores possam ter mais tempo para viver e cuidar de si”, afirmou.

O movimento Vida Além do Trabalho (VAT) tem ganhado destaque nas redes sociais, especialmente na plataforma X, com atuação em prol da Proposta de Emenda à Constituição (PEC), que visa reduzir a carga horária para 36 horas semanais e limitar a jornada de trabalho a 4 dias de trabalho. Na manhã desta quarta-feira (13/11), o projeto tinha 194 assinaturas no sistema da Câmara Federal, superando as 171 necessárias para o protocolo da PEC.

De autoria da deputada Erika Hilton, a proposta foi apresentada para acabar com a escala 6×1, na qual os trabalhadores têm apenas um dia de folga por semana. A PEC deverá ser analisada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), por uma comissão especial e, em seguida, submetida à votação no Plenário. Para ser aprovada, são necessários 308 votos, ou três quintos da Câmara. Se aprovada, será encaminhada ao Senado, que também precisará aprová-la com o mesmo quórum de três quintos.

Segundo o vereador Fabrício Rosa, líder do movimento em Goiânia, a mobilização em defesa da redução da carga horária tem ganhado força, com manifestações programadas em várias cidades, incluindo a capital. “A luta pela redução da jornada de trabalho não é nova. Desde a Revolução Industrial, trabalhadores enfrentam longas jornadas, muitas vezes prejudiciais à saúde. O Brasil é campeão em casos de Burnout e acidentes de trabalho. Precisamos mudar isso”, comentou.

Rosa ressaltou que a pressão popular tem sido crucial para o avanço da PEC e que a mobilização tem gerado debates intensos nas redes sociais e entre sindicatos. “No Congresso, a resistência é forte, mas a sociedade precisa continuar pressionando. A cada dia, mais deputados percebem a relevância dessa causa, especialmente considerando que 60% da população ganha um salário mínimo e enfrenta jornadas abusivas”, explicou o vereador.

Rosa também criticou a posição do ministro do Trabalho, Luiz Marinho, que defendeu que a redução da jornada de trabalho seja tratada por acordos coletivos. “A negociação coletiva é válida, mas não podemos deixar que as empresas decidam por conta própria. Precisamos de uma mudança legal que proteja todos os trabalhadores”, afirmou.