“Pena máxima e indenização”, diz advogado da família de homem que teve corpo queimado em Aparecida
"Sociedade deve repudiar e não aceitar que pessoas sejam torturadas e queimadas vivas, porque tentaram furtar um biscoito ou uma sandália"
Advogado da família do homem que morreu após ter o corpo queimado nos fundos de um supermercado, em Aparecida, Walisson dos Reis Pereira da Silva afirma que buscará Justiça. “Vamos buscar todas as medidas cabíveis para que eles peguem pena máxima e a família seja indenizada”, disse ao Mais Goiás, nesta terça-feira (10), data do óbito.
Segundo ele, Daniel, a vítima, será enterrado em caixão fechado, devido a forma como morreu. Ele teve cerca de 80% do corpo queimado na última sexta-feira (6). “Vamos buscar Justiça. E a sociedade deve repudiar e não aceitar que pessoas sejam torturadas e queimadas vivas, porque tentaram furtar um biscoito ou uma sandália”, declarou Walisson. “Covardia e perversidade.”
Ainda não há informações sobre velório e enterro. Segundo o advogado, a família espera a liberação do corpo pelo Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol).
Daniel teve o corpo queimado, na última sexta, nos fundos de um supermercado no setor Serra Dourada 3, em Aparecida de Goiânia, após ser pego tentando furtar uma sandália. Ele morreu nesta manhã de terça-feira. Com isso, os quatro suspeitos – três funcionários do estabelecimento e o dono – serão autuados por homicídio qualificado, com emprego de fogo. “As investigações prosseguem por meio do inquérito policial para verificar a imposição de outras qualificadoras”, informou o delegado responsável, Adriano Jaime.
Caso
Ao Mais Goiás, na segunda-feira (9), o delegado Adriano Jaime explicou que a vítima utilizava tornozeleira eletrônica e possuía passagens criminais. Ele foi pego pelos suspeitos quando tentava furtar sandálias no supermercado. “Ao tentar furtar o supermercado, o proprietário e outros funcionários pegaram ele, levaram para o fundo da loja, bateram nele com socos e pontapés, além de uma barra de ferro, e, depois de tudo isso, jogaram álcool e atearam fogo nele”, detalhou.
Ele continuou: “Após ele queimar bastante, eles colocaram ele na caçamba de um carro e o deixaram em uma área rural de Hidrolândia, no distrito de Nova Fátima.” O delegado disse que o homem conseguiu se arrastar até uma chácara próxima e pediu ajuda.
O dono da chácara, então, acionou a Polícia Militar (PM) e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Com as informações, autoridades foram até o supermercado e os envolvidos confessaram o crime. “O proprietário e dois funcionários tiveram a prisão em flagrante convertida em preventiva. Um terceiro, que teria apenas dirigido o veículo, o juiz concedeu liberdade.” Adriano reforça que, mesmo o “motorista”, também responderá por homicídio qualificado.