Perícia pede novos testes após obter laudo inconclusivo sobre morte de psicóloga, em Goiânia
O documento foi emitido no dia 4 de janeiro e aponta que a causa da morte ainda está “a esclarecer”
Laudo pericial sobre a morte da psicóloga Bruna Nunes de Faria, que ocorreu após exame de ressonância magnética em Goiânia, teve resultado inconclusivo. O documento emitido no último 4 de janeiro aponta que as razões do óbito ainda estão “a esclarecer”. Novos testes foram solicitados pra tentar determinar o que ocorreu. A vítima apresentou mal-estar durante o procedimento em uma clínica da capital.
Os exames realizados buscavam responder quatro questões principais. A primeira delas é “se houve morte; a segunda, “qual a causa da morte”; a terceira, “qual instrumento ou meio que produziu a morte”; e por fim, “se a morte foi produzida com o emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidiloso ou cruel”.
No entanto, apenas o questionamento ‘se houve morte’ foi devidamente respondido com um “sim”. As causas ainda são questões em aberto. De acordo com a perícia, não foram obtidos elementos que determinassem o instrumento que causou o óbito.
A quarta e última questão foi respondida com a palavra “prejudicado”, uma vez que os demais itens também foram inconclusivos.
O delegado responsável pelo caso, Kleyton Manoel, informou que não vai comentar sobre as investigações no momento. Em nota, a Polícia Técnico Científica informou que Laudos Médicos e Laudos Laboratoriais “não podem ser interpretados isoladamente”. Por esse motivo, foram solicitados exames laboratoriais complementares com o objetivo de contribuir com a completa elucidação do caso.
Os exames complementares estão sendo realizados nos laboratórios da própria Polícia Científica, em Goiânia, e devem ser finalizados em aproximadamente 30 dias.
“A Polícia Científica reforça que Laudos Médicos e Laudos Laboratoriais não podem ser interpretados isoladamente; sendo necessária a correlação dos mesmos com os demais elementos de provas, obtidos no âmbito da Delegacia de Polícia, o que é possível tão somente quando da conclusão do Inquérito Policial por parte da Autoridade Policial”, explica a nota.
Relembre caso de psicóloga que morreu após exame
Bruna morreu no dia 21 de dezembro de 2022. Ela fazia exame no Centro de Diagnóstico por Imagem (CDI) Unidade II, que fica no Setor Marista, em Goiânia. O objetivo era tentar identificar as causas de dois AVCs que havia sofrido cerca de 50 dias antes.
O relatório médico sobre a morte da psicóloga relata que ela começou a passar mal cerca de 30 segundos depois da aplicação do contraste. Sintomas surgiram entre 9h30 e 9h40 e a morte foi constatada às 10h09.
“Na hora que aplicou o contraste, ela falou assim: ‘Estou passando mal’, e começou a tossir. Eles a tiraram rápido, no colo. Eu fui junto para esse quartinho com ela e falei ‘pelo amor de Deus, o que está acontecendo com a minha filha?’. E já veio uma moça e aplicou uma injeção nela e ela [Bruna] falou: ‘Estou sem ar’. Foi a última palavra que ela falou”, desabafou a mãe de Bruna.
De acordo com a clínica, assim que Bruna começou a passar mal, o exame foi interrompido e a paciente foi levada para a sala de recuperação. Ela, então, teve uma “piora clínica súbita”. Os médicos chamaram uma ambulância e tentaram manobras de reanimação, mas ela não resistiu.
“O contraste para exames de imagem utilizado em Bruna é um medicamento seguro, tendo reações graves em menos de 0,01% dos pacientes”, informa o CDI em nota. “Qualquer perda humana é irreparável e a equipe do CDI lamenta a fatalidade que aconteceu (…). Nossas prioridades máximas são a segurança de nossos pacientes e a qualidade no atendimento”, diz a nota.