Periferia da Grande Goiânia e cidades do Entorno são mais vulneráveis à Covid-19
As periferias, cidades do Norte, Nordeste e do Entorno do Distrito Federal têm as populações…
As periferias, cidades do Norte, Nordeste e do Entorno do Distrito Federal têm as populações mais vulneráveis à covid-19, doença causada pelo coronavírus Sars-Cov-2, em Goiás. O levantamento realizado por pesquisadores da Universidade Federal de Goiás (UFG) aponta ainda Aparecida de Goiânia e Goianira, ambas na região metropolitana de Goiânia, com vulnerabilidade muito alta para incidência de casos provenientes da pandemia.
O levantamento mostra que bairros da região Noroeste de Goiânia e periféricos de Anápolis estão entre os mais sensíveis a terem mais casos de contaminação pelo coronavírus. Assim como Luziânia, Valparaíso de Goiás, boa parte do território de Santo Antônio do Descoberto, Águas Lindas e Planaltina, todos no Entorno do Distrito Federal.
No Norte e Nordeste goianos se destacam principalmente Posse e Cavalcante com índices de vulnerabilidade considerados muito altos para incidência de casos de covid-19. A periferia de Caldas Novas também aparece como ponto crítico pelo mapa elaborado pela UFG.
Índices
A pesquisa leva em conta variáveis sociais e econômicas do Censo 2010, através dos chamados setores censitários, ou seja, parcelas menores que municípios, com levantamentos de sete características da população, como faixa etária, renda, acesso a água e esgoto encanado e número de habitantes por residência.
Assim, os bairros periféricos e os municípios em que acesso a esse tipo de benfeitoria é precário são mais propensos a ter problemas com a doença causada pelo Covid-19.
O responsável pela nova funcionalidade da plataforma Covid Goiás, o engenheiro cartógrafo, Nilson Ferreira, aponta que o mapa têm a função de mostrar aos gestores públicos quais são os pontos a serem corrigidos em determinadas regiões do Estado para que se corrija a vulnerabilidade. Ele diz não se tratar de novidade o fato de as periferias e cidades do Entorno aparecerem como susceptíveis, já que são historicamente mais fragilizadas por questões infraestruturais e desigualdade social.
“Vamos tentar sofisticar esse levantamento. Temos um problema muito sério da estiagem. Apesar de Goiás ter mais de 90% de acesso a água tratada, a estiagem torna regiões mais afastadas problemáticas pela falta d’água. Isso é um temor porque uma das maneiras de se evitar a Covid-19 é justamento o acesso a água, não só para lavar as mãos, mas as roupas e os pertences. Então é possível que tempo também influencie na vulnerabilidade”, avalia o professor.
De acordo com o último boletim divulgado na quarta-feira (23) pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), Goiás possui 21 óbitos e 438 casos confirmados da Covid-19. Outros 7.003 estão sob investigação.
A plataforma Covid Goiás foi elaborada a partir do Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento (Lapig/UFG).