Permanece incerteza sobre quando aulas presenciais voltarão em Goiânia
“É a autoridade sanitária estadual que deve decidir sobre a volta as aulas”, afirma o…
“É a autoridade sanitária estadual que deve decidir sobre a volta as aulas”, afirma o secretário de Educação de Goiânia, Marcelo Ferreira da Costa. “A recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) é muito clara. Só quando a curva estabilizar e começar a descender que pode haver o esforço para algum retorno”, completa. Para o titular da pasta, é muito pouco provável que, sequer, tenhamos chegado ao pico de contágio do novo coronavírus.
Vale lembrar que, nesta semana, a Secretária Estadual de Educação, Fátima Gavioli, em reunião remota com a Associação Goiana de Municípios (AGM) e da Federação Goiana de Municípios (FGM), prefeitos, membros do Conselho Estadual de Educação e Secretários Municipais de Educação, também disse não saber quando haveria este retorno. “Não há nenhuma previsão. Isso só vai acontecer com base em informações técnicas da Secretaria de Saúde e com a evolução da pandemia. Antes do mês de agosto isso não será possível”, disse naquele momento.
Segundo Marcelo Ferreira, o próximo decreto emitido pelo Estado deve rever algumas questões. Com a flexibilização, houve uma maior exposição, com crescimento no número de casos. Nesse contexto, Marcelo afirma que a educação deve ser a última a retornar de forma presencial, uma vez que movimenta muitas pessoas. “Só na municipal, movimentam 130 mil pessoas. Se for pra rua, uma parcela vai contaminar, outra vai precisar de respirador”, promove o raciocínio sobre a flexibilização gradual e responsável.
Ensino municipal
Questionado sobre o ensino aos alunos da rede municipal, ele cita que os estudantes já têm as ferramentas digitais, via internet, e a programação da Televisão Brasil Central (TBC) e as rádios Brasil Central AM 1270 e RBC FM 90,1, que é a mesma do Estado. Estas, conforme a secretaria de Estado de Educação (Seduc), vão ao ar duas vezes por dia, de segunda a sexta-feira. Pela manhã, das 10h às 10h30, com aulas são destinadas às turmas do Ensino Médio; e no período da tarde, entre as 15h e 15h30, com conteúdo do Ensino Fundamental.
Sobre o conteúdo exclusivo municipal, estes são de reforço, fixação, enfim, uma abordagem da parte sócio emocional. “Não tem perspectiva”, revela o secretário municipal, neste momento. Ele também explica que Goiânia terá uma grade televisiva complementar a do Estado, já na próxima semana. “Estamos desenvolvendo programas específicos com a UFG, Sagres e Filhos do Pai Eterno”, revela. Estes serão em horários próximos, mas diferentes do Estado para que os alunos possam acompanhar. “Serão horários de manhã e à tarde, com reprises.”
Prolongamento
O titular da pasta de Educação do município foi questionado sobre o ano letivo e o prolongamento da crise pandêmica. Atualmente, como ele informou, as aspirações da programação municipal não são pelos novos conteúdos, mas por uma dinâmica sócio emocional.
“Até aqui vislumbramos cinco tipos de calendários para o segundo semestre. Se a pandemia se estender para além de agosto, vamos ter que inserir outros conteúdos para a criança não ser prejudicada em seu desenvolvimento.” Isso seria feito com cuidados, a fim de verificar o aprendizado, relata ele. “Precisamos garantir o mínimo.”
Ele cita, ainda, quatro desafios do momento e que ele espera que sejam colocados em prática mesmo no pós pandemia, de forma integrada. “Primeiro, não só usar os aplicativos como ferramenta de comunicação, mas explorar o máximo que tiverem (além de comunicar, criar subsalas para trabalhar em grupo); não copiar, simplesmente, aula para outra mídia (desenvolver metodologias novas, aquelas que nunca foram vistas); usar essas ferramentas e metodologias para alcançar as famílias (oportunidade de retomar com as famílias o costume de ler com a criança, perenizar essa situação); e pegar toda essa experiência, nesse momento, e não permitir que ela”, expõe.