Pesquisa aponta que 34% das mulheres já sofreram assédio sexual no transporte coletivo de Goiânia
Trinta e quatro por cento das mulheres que utilizam o transporte coletivo já foram vítimas…
Trinta e quatro por cento das mulheres que utilizam o transporte coletivo já foram vítimas de assédio sexual dentros do ônibus, segundo pesquisa realizado pela Grupom Consultoria e Pesquisa. Foram ouvidos 329 usuários entre o dias 14 a 18 de fevereiro em diversos terminais da capital e Região Metropolitana.
A pesquisa aponta que 7% dos homens também foram vítimas de assédio, mesmo sendo público menor dentro dos ônibus, já que as mulheres o utilizam mais. Dentro os entrevistados, 24,2% apontaram que já foram vítimas de assédio sexual esperando ônibus ou dentro deles, ou seja, um em cada quatro usuários.
O resultado sobre o conhecimento de outros casos de assédio sexual dentro dos ônibus ou esperando o mesmo é de 66,1%, ou seja, sete em cada dez passageiros têm conhecimento de outros casos e que 18,9% já foi vítima e conhece outra pessoa que foi assediada.
Uma dessas vítimas foi a estudante Cristiane Santos que foi assediada dentro da linha 020 (T. Garavelo/T. Bíblia- Via T. Isidória) enquanto retornava do serviço. Ela, que é moradora de Nova Veneza, na região metropolitana da capital, disse que se sentiu incomodada diante a situação.
“Ele estava se esfregando em mim e não hesitei em pedi para ele sair de perto de mim. Ele começou a me chamar de louca. Um outro passageiro, que alegou que tinha acabado de sair da prisão, percebeu e me defendeu. Fiquei preocupada pois eles acabaram descendo do ônibus para brigarem”, relembra a estudante.
Apesar da situação que presenciou e mesmo tendo enfrentado o assediador, Cristiane diz que mesmo assim se sentiu indefesa. “É constrangedor. Sabemos que os ônibus são lotados e muitos se aproveitam dessa situação para justificar uma ‘sarrada'”, lembra.
Classificação negativa
O levantamento também questionou os usuários sobre a qualidade do transporte coletivo e os entrevistados apontaram insatisfação. A nota média dos passageiros foi de 3,3. A pontualidade dos veículos foi o indicador pior avaliado por 77,5% usuários, caraterizando como ruim ou péssima. Apesar disso, 18,5% consideram boa ou ótima e 4% regular.
A limpeza foi outro ponto rejeitado por 74,9% dos entrevistados. Para 19,7% ela está boa ou ótima e 5,4% consideraram a mesma regular. Cristiane concorda com o dados da pesquisa que apontam uma péssima limpeza dentro dos veículos, mas, para a estudante, ela é causada pela falta de educação dos próprios usuários.
“Eles [empresa] têm que realizarem a limpeza diária dos veículos, mas os passageiros também têm o dever de mantê-los limpos. Já vi pessoas jogarem embalagens de balinhas, picolés e até sacos de skinnys no chão. Isso é vergonhosos, pois cobram limpeza, mas não cuida nem do espaço que está utilizando”, relata a usuária do tranporte coletivo.
O Mais Goiás entrou em contato com a Rede Mob, concessionária responsável pelo transporte coletivo na capital, mas não tivemos retorno até a publicação dessa matéria.