Reprovação

Pesquisa aponta que maioria dos goianienses está insatisfeita com trânsito da capital

Mais de 20% dos entrevistados consideram péssima a mobilidade urbana e avaliaram o trânsito com nota 0

(Foto: Reprodução)

Uma pesquisa realizada pelo Instituto Grupom apontou que a maioria dos goianienses está insatisfeita com o trânsito da capital. Os dados foram divulgados pela Associação Comercial, Industrial e de Serviços do Estado de Goiás (Acieg), na manhã desta sexta-feira (20). Entre os dias 15 de outubro e 5 de novembro de 2019, os pesquisadores ouviram 391 pessoas, que avaliaram com 3.9 (numa escala de 0 a 10) a mobilidade urbana da capital. Mais de 20% consideram péssima a mobilidade urbana e avaliaram o trânsito com nota 0. O levantamento também avaliou a percepção da população sobre o escalonamento de horário do comércio.

Conforme apontado na pesquisa, cerca de 31% dos entrevistados acredita que a Prefeitura seja responsável pela situação atual, em razão das obras em curso e ao planejamento do trânsito. Enquanto isso, 23% culpam as empresas de ônibus por não proporcionarem um transporte digno e eficiente para que as pessoas deixem os veículos em casa, o que faz aumentar a frota de automóveis nas ruas.

Os goianienses também avaliaram quais situações provocam maior impacto negativo no trânsito: horário de funcionamento do comércio (32%); obras da Prefeitura (27%); horário de funcionamento das escolas (23%); qualidade da infraestrutura (15%); e qualidade do transporte público (10%). 

(Fonte: Acieg)
(Fonte: Acieg)

Soluções

Em entrevista concedida ao Mais Goiás, o presidente da Acieg, Rubens Fileti, afirmou que as soluções apontadas pelos entrevistados foi a parte que mais chamou a atenção durante a pesquisa. Dentre as possíveis soluções para os problemas de mobilidade urbana de Goiânia estão: melhorar a qualidade do transporte público (24%); o aumentar a quantidade de linhas de ônibus (23%); e melhorar o planejamento das obras (13%). Apenas 7% dos entrevistados acredita que a implantação do BRT poderá melhorar o trânsito.

(Fonte: Acieg)
(Fonte: Acieg)

Segundo o levantamento, o maior impacto percebido foi o surgimento do item “melhorar o planejamento das obras”, que foi diretamente relacionado às grandes obras da capital, como o complexo Jamel Cecílio, BRT e a extensão da Marginal Botafogo.

“Há uma percepção geral de que as obras da prefeitura estão gerando um transtorno maior que os benefícios que serão produzidos. Em mais de um momento os entrevistados afirmaram que todo este processo de obras iniciado pela prefeitura neste momento tem como objetivos as eleições de 2020”, traz trecho da pesquisa.

Para Rubens, com os dados da pesquisa será possível desenvolver propostas a serem apresentadas para o prefeito de Goiânia, Íris Rezende (MDB).

É com os resultados da pesquisa que nós temos como desenvolver projetos de melhoria. É preciso melhorar o setor produtivo, que resulta em aumento na quantidade de vagas de emprego e renda para a população. Se fizermos isso vamos melhorar a qualidade de vida das pessoas. Basta apenas que consigamos organizar o setor produtivo e executar os itens que a pesquisa elencou, que são muito importantes”, afirma o presidente.

Escalonamento de horários

Uma das propostas para melhorar o trânsito é modificar os horários de funcionamento de estabelecimentos comerciais da capital com um escalonamento. A ideia tem sido sugerida pela Prefeitura de Goiânia há alguns anos e colocada para discussão na Câmara municipal.

Segundo o projeto do Paço Municipal, a lógica para garantir mais fluidez nas vias é simples: ter menos veículos praticamente nos mesmos horários de pico nas ruas de Goiânia, em especial no começo das manhãs e nos fins de tarde. Entretanto, 80% do público entrevistado não sabia que a Prefeitura estuda a aplicação desta proposta, 17% só tinham ouvido falar e 3% estava inteirado do assunto.

Cerca de 84% não acredita que alterar o horário de funcionamento do comércio, indústria, escolas e serviços públicos seja a melhor solução.

Respostas

O Secretário Municipal de Trânsito, Fernando Santana,  respondeu as críticas por meio de nota. Veja a íntegra abaixo:

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O Secretário Municipal de Trânsito, Fernando Santana, esclarece à sociedade goiana que estamos vivendo um momento atípico diante da quantidade de obras em todas as regiões: leste, oeste, norte, sul e, inclusive, no centro da cidade.

Ele destaca que a Secretaria Municipal de Trânsito (SMT) planeja, sim, todas as intervenções realizadas no trânsito de Goiânia. Esse trabalho é feito por uma equipe de engenheiros capacitados e executada por profissionais que se dedicam, diuturnamente, para garantir a fluidez no trânsito da capital.

O Secretário afirma que é preciso observar que
a pesquisa foi realizada num período em que a capital, em especial, o centro já estava recebendo as obras de infraestrutura e, portanto, não retrata a realidade da nossa cidade.

Goiânia é um polo nacional de desenvolvimento e destaque no comércio de roupas. Essa efervescência na economia e no desenvolvimento da infraestrutura provocam transtornos passageiros que, em breve, estarão todos superados.

Por fim, Fernando Santana informa que o principal objetivo da SMT é melhorar o trânsito da capital, garantindo a mobilidade, sem abrir mão da segurança da população.

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Este portal também solicitou e aguarda posicionamento da Redemob, responsável pelo transporte coletivo da capital.

*Thaynara da Cunha é integrante do programa de estágio do convênio entre Ciee e Mais Goiás, sob orientação de Hugo Oliveira