Pesquisa mostra a necessidade de melhoria nos pontos de ônibus da capital
Um estudo realizado pelo desenhista industrial Rodrigo Balestra Ferreira de Paiva, no mestrado Projeto e Cidade,…
Um estudo realizado pelo desenhista industrial Rodrigo Balestra Ferreira de Paiva, no mestrado Projeto e Cidade, da Universidade Federal de Goiás (UFG), com base em dados da Companhia Municipal de Transportes Coletivos (CMTC), apontou que em 2017 existiam na capital 3.528 pontos de embarque e desembarque (PED) ativos. Desses, 2.037 com cobertura, ou seja, apenas 57,74% do total. Somados aos outros pontos na Região Metropolitana de Goiânia, tem-se uma quantia de 3.192 pontos com cobertura, e outros 3.142 que não oferecem qualquer proteção.
Cobertura pouco eficiente contra o sol e chuva, calçamento irregular, falta de iluminação e sinalização adequadas, são apenas alguns dos problemas que a população enfrenta nesses locais. O pesquisador constatou as limitações e deficiências desses abrigos, que são pouco acessíveis e carecem de espaço para cadeirantes. A manutenção dos pontos, segundo ele, também se mostra deficiente, com estruturas sujas, escuras, com ferrugem, mau odor, ausência de informações básicas e falta de segurança. No período da tarde, por exemplo, poucas pessoas se abrigam debaixo dos pontos. Elas procuram outro local com sombra, pois a estrutura do ponto não oferece.
Rodrigo destaca que o acesso aos pontos é precário em praticamente todas as regiões da cidade. “Calçadas sem rampas de acesso, construídas com material inadequado, sem sinalização, além de estruturas empenadas e localizadas em espaços pequenos que dificultam a passagem de cadeirantes, idosos ou crianças em carrinhos de bebê. Outro aspecto negativo é o excesso de cartazes e pichações em alguns pontos”. Os pontos da Avenida Goiás, além de antigos e em sua maioria, estão deteriorados e não oferecem segurança aos usuários, bem como não estão equipados com quadro de horários dos transportes em tempo real.
O levantamento revelou que 45% dos usuários dos pontos, utilizam o transporte coletivo até dois dias por semana e os outros 55% são usuários regulares – os quais usam o serviço por mais de dois dias por semana. Rodrigo Balestra acrescenta que, assim como o sistema de informação em tempo real da RMTC, o qual funciona muito bem, a prefeitura deveria olhar para o design e conforto dos pontos.
“Um ponto de ônibus perde sua função ao deixar de oferecer aos usuários a orientação quanto ao seu destino, informações sobre linhas e itinerários ou que possam protegê-los contra as intempéries com relativo conforto”. O pesquisador acrescenta que o mobiliário urbano compõe uma das várias identidades de uma cidade, por isso a importância da melhoria dessas estruturas.
Em agosto, foi proposto um projeto de Lei que tem como objetivo incentivar o reaproveitamento de contêineres, com a possibilidade de serem usados como moradias, postos de saúde e até pontos de ônibus. A proposta segue para análise na Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ) da Câmara Municipal de Goiânia.
Nesta quarta-feira (19), a prefeitura finalizou o processo licitatório para a construção e reforma de 723 pontos de ônibus na Capital. A ordem de serviço será assinada na próxima segunda-feira (24) pelo prefeito Iris Rezende.
*Fabrício Moretti é integrante do programa de estágio do convênio entre Ciee e Mais Goiás, sob orientação de Thaís Lobo