Pesquisadores da UFG encontram espécies raras de flora no cerrado
Pesquisadores da Universidade Federal de Goiás (UFG) encontraram espécies da flora do Cerrado ainda pouco…
Pesquisadores da Universidade Federal de Goiás (UFG) encontraram espécies da flora do Cerrado ainda pouco estudadas, recentemente. Foram coletadas amostras de mais de 900 árvores, distribuídas em 154 espécies, no norte do Estado, Legado Verdes do Cerrado, na Reserva Particular de Desenvolvimento Sustentável (RPDS), de propriedade da Companhia Brasileira de Alumínio (CBA).
As novas amostras – levantadas em estudo coordenado pela pesquisadora Indiara Nunes Mesquita Ferreira –, destaca-se, podem estimular o desenvolvimento de ações para a valorização e conservação do bioma. Os estudos de campo se concentraram em quatro fitofisionomias: cerradão, cerrado sentido restrito, mata seca e mata ciliar.
Das coletas realizadas, mais de 30% apresentaram pouca abundância. Para os pesquisadores isso demonstra a importância do estudo para conservação da flora, devido à raridade das espécies. “Conservar essas espécies é resguardar parte do patrimônio genético do Cerrado, visto que muitas delas já não ocorrem em outros locais por causa do avanço acelerado no formato de uso do solo”, afirmou Indiara.
As espécies raras identificadas são: Aspidosperma nobile (Casco d’anta), Davilla grandiflora (Lixeirinha da Folha Lisa), Stryphnodendron rotundifolium (Barbatimão) e Pouteria ramiflora (Curriola). E ainda: Garapa e Cedro (classificadas como vulneráveis no Livro Vermelho da Flora do Brasil) e árvores protegidas pela legislação ambiental do Estado de Goiás, como o Baru, o Pequi, a Aroeira, o Angico e o Gonçalo Alves, além de três espécies de Ipês.
Publicação do levantamento de espécies raras do cerrado
Como resultado, os estudiosos publicaram o artigo científico “Aspectos florísticos e estruturais de quatro comunidades de Cerrado na Região Norte de Goiás”. Ele pode ser conferido na íntegra no site da revista Pesquisa Agropecuária Tropical (PAT) da Escola de Agronomia da UFG.
“Apesar da sua relevância biológica, grande parte da vegetação do Cerrado encontra-se fragmentada, restando em torno de 50% a 55% de áreas remanescentes. Desse total, somente 3% pode ser considerada estritamente protegida em Unidades de Conservação”, escreveu Indiara em trecho.
Ressalta-se, amostras foram incorporadas aos Herbários da UFG e do Centro Nacional de Recursos Genéticos (Embrapa Cenargen). “Acredito que esse inventário florístico é uma forma de contribuir para a conservação da biodiversidade contida no Legado Verdes do Cerrado, gerando conhecimento com dados inéditos e relevantes que podem estimular a continuidade de pesquisas e o desenvolvimento de ações ainda mais consistentes para a valorização do Cerrado no Norte de Goiás”, concluiu a pesquisadora.