PF apura superfaturamento de até 300% em equipamentos médicos em Crixás
A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta quinta-feira (3), a Operação Aventura, que tem…
A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta quinta-feira (3), a Operação Aventura, que tem como objetivo investigar irregularidades na prestação de serviços de Saúde em Crixás, a 325 quilômetros de Goiânia. De acordo com as investigações, empresas de Crixás, Rubiataba, Aparecida de Goiânia e Goiânia podem ter praticado sobrepreço de 100% a 300% em materiais hospitalares voltados ao combate à covid-19. Ao todo 15 mandados de busca e apreensão estão sendo executados nos quatro municípios goianos.
Segundo a corporação, em Crixás, os alvos foram a Prefeitura, a Secretaria Municipal de Saúde e o Hospital Municipal. Nas demais cidades, cinco empresas foram alvos de mandados, além de escritórios de contabilidade que, neste momento, foram visitados apenas para colher dados das firmas suspeitas. Mas a PF não descarta a participação delas no esquema. Ninguém foi preso.
De acordo com a Polícia Federal, Crixás recebeu verba de 6 milhões do Governo Federal. Deste valor, R$ 4 milhões foram destinados à Saúde, sendo que R$ 3 milhões para o combate à pandemia do novo coronavírus. Porém, esses recursos que podem não ter atingido a finalidade, visto que o custo dos aparelhos, controlado pelas mencionadas empresas, ficou acima da médica nacional, indicado pelo Painel de Contratações da Covid-19. A denúncia aponta que, em alguns casos, os produtos – como máscaras, luvas e álcool – sequer foram entregues.
Ainda segundo a PF, as empresas interligam entre si, sendo que três delas pertencem a uma mesma pessoa. Essas empresas, inclusive, já prestavam serviços à prefeitura de Crixás. Porém, a PF afirma que a apuração abrange o período da pandemia, ou seja, desde março de 2020. A corporação também afirma a existência de empresas fantasma no esquema.
Segundo a corporação, a fase da operação desencadeada nesta quinta-feira (3) tem objetivo reunir indícios e provas dos crimes para confrontar os materiais com relatórios de fiscalização da Controladoria Geral da União (CGU), que também participa da operação. Com isso, pretende-se identificar atores e destinação de recursos supostamente desviados.
Os crimes investigados são fraude a procedimento licitatórios, dispensa indevida de licitações em procedimentos administrativo, desvio/ apropriação indevida de recursos públicos, corrupções ativa e passiva e associação criminosa.
No total, 70 agentes da PF e 10 da CGU conduziram a iniciativa.
*Atualizada às 11h40