Operação Brianski

PF faz operação em Goiânia contra grupo suspeito de lavagem de R$ 40 mi com criptomoedas

Dinheiro lavado pelo grupo era proveniente de crimes praticados no exterior

Grupo suspeito de lavagem de dinheiro com criptomoedas era composto por brasileiros e russos. (Foto: divulgação)

A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta terça-feira (26), operação em Goiânia (GO), Florianópolis (SC) e Eusébio (CE) contra um grupo suspeito de lavagem de R$ 40 milhões com criptomoedas. De acordo com a corporação, brasileiros e russos integravam a associação criminosa que estaria lavando dinheiro proveniente de crimes praticados no exterior.

Ao todo, foram cumpridos 10 mandados de busca e apreensão, sendo 6 em Florianópolis, 2 em Goiânia e outros 2 em Eusébio/CE. Em relação aos quatro principais investigados, foram decretadas medidas como monitoramento eletrônico, proibição de deixar o país e de transacionar criptoativos.

Ainda foi decretado o sequestro de bens, como casas e apartamentos de alto padrão, terrenos e automóveis de luxo adquiridos pelos investigados no Brasil. Além disso, ainda foram determinados os bloqueios de contas bancárias vinculadas a 25 pessoas físicas e jurídicas, bem como de contas em exchanges, visando sequestro de valores em moeda nacional e de criptoativos.

Como funcionava o esquema de lavagem de dinheiro com criptomoedas?

A Polícia Federal passou a investigar o grupo após receber informação de que cidadãos russos teriam fixado residência em Florianópolis para usufruir de recursos oriundos de crimes praticados no país de origem. Durante as apurações, os policiais descobriram que os principais investigados foram condenados na Rússia por crimes assemelhados a fraude e tentativa de roubo.

Após fugirem para o Brasil, os suspeitos passaram a integrar quadros societários de empresas, bem como a adquirir bens móveis e imóveis, alguns deles por meio de vultosos pagamentos em espécie.

A Polícia ainda descobriu que a integralização dos recursos oriundos da lavagem de capitais foi operacionalizada por brasileiros que se utilizaram de empresas sediadas no estado de Goiás. As movimentações financeiras realizadas pelos investigados e pela intermediadora brasileira tinham origem em transações de criptomoedas.

Nessas contas exchange, os criptoativos eram recebidos e convertidos em moeda nacional para posteriormente serem transferidos para as contas dos investigados russos, de seus familiares e de suas empresas; bem como para a compra de bens imóveis de alto padrão e de automóveis de luxo, alguns deles registrados em nome de terceiros.