Piloto que foi filmado agredindo advogada usará tornozeleira eletrônica por determinação judicial
O piloto Victor Junqueira, de 26 anos, terá que usar tornozeleira eletrônica. A decisão foi…
O piloto Victor Junqueira, de 26 anos, terá que usar tornozeleira eletrônica. A decisão foi dada pela juiza Leila Cristina Ferreira, do 4° Juizado de Violência Doméstica e Familiar. Apesar de ser filmado agredindo a então namorada, a advogada Luciana Simzimbra, a determinação foi dada somente depois que a vítima denunciou ter recebido ligação e mensagens de Vitor. Ele teria entrado em contato com ela mesmo com uma medida protetiva que o proíbe de procurá-la, sob qualquer circunstância.
A juíza ainda determinou multa de R$ 7 mil por cada vez em que o ele entrar em contato com Luciana por meio de telemáticos. Com a denúncia da advogada, o Ministério Público de Goiás (MP-GO) pediu a prisão preventiva de Vitor. Entretanto, a juíza negou o pedido e alegou, na decisão, que não haveriam os requisitos mínimos para o encarceramento, que a pena para o suposto crime não passa de quatro anos, que o piloto é réu primário e que confessou ter mandado a mensagem.
A tornozeleira eletrônica foi o meio encontrado para proporcionar a integridade física, psicológica e moral da vítima. Procurada, a advogada preferiu não comentar a decisão. O advogado dela, Eduardo Moura, falou com a equipe do Mais Goiás. “Entendemos que há muitas razões para a prisão preventiva, mas aguardamos que a justiça seja feita, pois o processo principal ainda continua em trâmite”, explica.
O advogado dele, Romero Ferraz, afirmou que vai recorrer da decisão, pois o cliente não descumpriu nenhuma medida imposta. Romero ainda afirmou que a mensagem teria sido enviada pela mãe do rapaz. O piloto, então, teria dado essa justificativa e em seguida apagado a mensagem. Victor é filho do ex-prefeito de Anápolis, Eurípedes Junqueira.
Responsável pela tornozeleiras no Estado, a Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP) informou que, até às 17 horas, não recebeu a decisão judicial para colocação do aparelho em Victor.
Entenda o caso
Luciana gravou um vídeo, sem que o então namorado soubesse, enquanto ele a agredia, em dezembro do ano passado. A gravação foi feita no apartamento da vítima, no Setor Marista, em Goiânia. De acordo com o depoimento da vítima à Polícia Civil (PC), as agressões ocorreram após o casal chegar de uma confraternização.
No vídeo, Luciana pede para que Victor pare as agressões. Ainda em depoimento, a advogada alegou que foi atingida por socos, tapas, chutes e estrangulamento, além de xingamentos. Luciana namorou o piloto por três anos. À época, a delegada da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam), Ana Elisa Gomes, disse que não existiam elementos necessários para a prisão preventiva do agressor, que é filho de um político do interior de Goiás. A Justiça, então, expediu uma medida protetiva contra o agressor, em favor da vítima.
Em entrevista ao Fantástico, Luciana afirmou que o apoio da família, amigas e até mesmo de famosos e desconhecidos, foi fundamental para ajudar a superar o trauma. “Você não consegue acreditar que aquela pessoa que você passou três anos, que você conviveu e fez planos, vai te fazer mal, que ela vai chegar ao ponto de te matar ou de te agredir como ele me agrediu”, disse a jovem.
Nas redes sociais, Luciana gravou vídeos em que diz que vai ajudar outras mulheres que enfrentam a mesma situação e que não têm coragem de denunciar os agressores. “É muito difícil voltar na situação, falar sobre isso. Mas eu estou tentando ficar bem, superar. Tenho certeza de que a partir da minha história eu vou conseguir ajudar outras pessoas. É nisso que estou focando agora: ficar bem, para isso [ajudar outras pessoas]”, conta a advogada.