PRESSÃO

Piso salarial: enfermeiros farão paralisação geral em Goiânia na próxima quarta-feira (21)

A expectativa é que mais da metade dos 65 mil profissionais da área façam parte do movimento em Goiás

Enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem farão, na próxima quarta (21), paralisação geral em prol do piso salarial da categoria. (Foto: Jucimar de Sousa/Mais Goiás)

Enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem farão, na próxima quarta-feira (21), paralisação geral em prol do piso salarial da categoria, que foi suspenso pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A expectativa é que mais da metade dos 65 mil profissionais da área façam parte do movimento em Goiás.

A paralisação foi anunciada após a confirmação do STF, por 7 votos a 4, sobre manter a suspensão da lei do piso salarial da categoria. A lei previa pagamento mínimo de R$ 4.750 para enfermeiros; R$ 3.325 para técnicos de enfermagem e R$ 2.375 para auxiliares e parteiras.

De acordo com a secretária-geral do Sindicato dos Enfermeiros de Goiás (Sieg), Sirlei Braga, a paralisação será nacional. O movimento deve durar cerca de 24h. Em Goiânia, a concentração será feita no Hospital de Urgências Governador Otávio Lage (Hugol), a partir das 7h. Por volta das 17h, os manifestantes vão se deslocar para o Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo). Serão mantidos 30% dos profissionais para atuação em urgência e emergência.

“Nosso objetivo agora é pressionar o Congresso Nacional para reverter a situação e fazer com que aprovem a desoneração da folha e a atualização da tabela do SUS para que o piso passe a vigorar”, afirmou Sirlei.

Sentimento de desvalorização

Ao Mais Goiás, a secretária-geral do Sieg disse que a tristeza da categoria aumentou com a confirmação da suspensão do piso pelo período de 60 dias.

“É um sentimento de tristeza, decepção e desvalorização. Na pandemia, estivemos entre os principais profissionais. Todo mundo aplaudindo, dizendo que somos anjos, mas a recompensa que temos é essa desvalorização”, criticou.

Entenda

Conforme o Dieese, o incremento financeiro necessário ao cumprimento dos pisos será de R$ 4,4 bilhões ao ano para os Municípios, de R$ 1,3 bilhões para os estados e de R$ 53 milhões para a União.

O ministro Luís Roberto Barroso, na decisão que suspendeu a lei do piso salarial da enfermagem, avaliou que há risco concreto de piora na prestação do serviço de saúde, principalmente nos hospitais públicos, Santas Casas e hospitais ligados ao SUS com a norma.

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