PM afasta das ruas policial acusado de agredir estudante em protesto
Capitão Augusto Sampaio de Oliveira Neto continuará na corporação exercendo funções administrativas. Mateus Ferreira permanece na UTI em estado grave
A Polícia Militar de Goiás afastou das ruas o capitão Augusto Sampaio de Oliveira Neto, subcomandante da 37ª Companhia Independente da capital. A decisão foi tomada após agressão ao estudante universitário Mateus Ferreira da Silva, de 33 anos, durante a manifestação contra as reformas trabalhista e previdenciária propostas pelo governo federal na última sexta-feira (28). O estudante continua internado na UTI em estado grave no Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo).
Segundo o comandante-geral da Polícia Militar de Goiás, coronel Divino Alves de Oliveira, o capitão continua exercendo funções administrativas. “Não temos outro tipo de medida que prevê o afastamento total de função”, disse. O comandante acrescentou que o inquérito aberto para investigar o caso dura 30 dias e pode ser prorrogado por mais 15 dias.
Oliveira acrescentou que o inquérito foi aberto após a divulgação de imagens na internet que mostram a agressão ao estudante. Em um vídeo compartilhado nas redes sociais, foi registrado o exato momento em que o Mateus foi atingido pelo policial com um cassetete. O estudante aparece correndo para fugir do tumulto que se vê ao fundo, quando o policial o atinge na cabeça, carregando o cassetete com as duas mãos.
Fraturas
O universitário sofreu traumatismo cranioencefálico e múltiplas fraturas. Segundo boletim médico do Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo), divulgado na manhã de hoje (1º), Mateus está internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), sedado, respirando por aparelhos e com pressão baixa.
Em entrevista ao Mais Goiás, o irmão do estudante, Natan Barbosa Santos, disse que Mateus, além da fratura no rosto, também está com a clavícula quebrada e acabou adquirindo pneumonia e insficência renal. “Ele começou a hemodiálise hoje e está responder super bem. A expectativa é que ele se recupere”, conta.
Vaquinha
Na porta do Hugoo, onde Mateus está internado, ocorre uma vigília pela melhora do estudante. Para ajudar a custear os futuros gastos com a recuperação do estudantes e a estada pais e irmãos dele em Goiânia, amigos se organizaram e disponibilizaram um link ( https://www.vakinha.com.br/vaquinha/forca-mateus) para arrecadar fundos.
Mateus é formado em Tecnologia da Informação e atualmete cursa Ciências Sociais na Universidade Federal de Goiás (UFG). A reitoria da instituição e a coordenação do curso divulgaram notas lamentando a ação policial. Os familiares descrevem o jovem como determinado, que trabalha desde os 14 anos e sonha em se formar em Ciências Sociais.
Com informações da Agência Brasil e Jornal O Estado de São Paulo.