PM aposentado acusado de matar homem por causa de som passa por júri nesta quarta
Vítima disse que ligaria o som do carro e foi atingida por um tiro no pescoço
O policial militar aposentado Jeová Pereira dos Santos (de máscara facial branca na foto) passa por julgamento nesta quarta-feira (21). Ele é acusado de matar um homem por causa de som em uma distribuidora de Goiânia, em 2017. A sessão, que é presidida pelo juiz Jesseir Coelho Alcântara, teve início por volta das 8h30, na 3ª Vara Criminal de Crimes Dolosos contra a Vida e Tribunal do Júri, na capital.
Jeová Pereira dos Santos foi denunciado por homicídio, com as qualificadoras de emprego de recurso que dificultou a defesa da vítima e motivo fútil. De acordo com a denúncia, de autoria do promotor de Justiça Maurício Gonçalves de Camargos, o crime ocorreu na noite de 6 de abril de 2017, em frente a uma distribuidora de bebidas no Setor Estrela Dalva, na capital.
Conforme consta nos autos, o acusado foi até a distribuidora na companhia de outras pessoas, inclusive de parentes, para se divertir. Eles passaram a beber, cantar e tocar violão. Por volta das 21h30, a vítima chegou, acompanhada da sua companheira, em um Celta, com o som ligado em alto volume. Denunciado e acompanhantes pararam de cantar e de tocar violão durante o tempo em que a vítima permaneceu no local.
André Oliveira Schreiner e a companheira ficaram na distribuidora apenas o tempo de beber uma cerveja e comer um espetinho. Cerca de 30 minutos depois que saíram, a vítima retornou, pois havia se esquecido de pagar a conta. No retorno, o homem parou o carro no mesmo local e chamou o funcionário do estabelecimento para pagar a conta.
Neste momento, segundo a denúncia, o militar aposentado se aproximou da janela do carro e perguntou, de maneira rude, se a vítima ligaria o som novamente. André, então, disse que ligaria e movimentou a mão na direção do aparelho de som. Neste momento, o acusado atingiu o homem com um tiro no pescoço. A vítima não resistiu aos ferimentos e morreu.
Motivo fútil
Conforme o promotor, como não houve discussão, a vítima não poderia esperar o ataque, tendo sido apanhada de surpresa, pois o denunciado usou de recurso que dificultou a sua defesa. Segundo ele, o denunciado, após perguntar sobre o som, atirou porque se sentiu desafiado com a resposta positiva, portanto, foi fútil a motivação.
O Mais Goiás entrou em contato com a PM em busca de uma posição sobre o assunto e aguarda manifestação.