PM encontra plantação de maconha em Colinas do Sul; quatro pessoas morrem no local
Relato da PM afirma que policiais foram recebidos a tiros. Parente de um dos suspeitos diz que houve excesso da polícia
Quatro pessoas morreram em confronto com a Polícia Militar (PM) em uma plantação de maconha nesta quinta-feira (20) no município de Colinas do Sul, na região nordeste de Goiás. De acordo como relato da corporação, os suspeitos receberam os militares a tiros, mas parentes dos envolvidos afirmam que houve excesso por parte dos policiais.
Três das quatro pessoas mortas foram identificadas. Salviano Souza Conceição, de 63 anos, Alan Pereira Soares, de 27 anos, e Aguimar Prado de Morais, de 48 anos.
De acordo com o Boletim de Ocorrência (B.O) a PM recebeu informações de que existia uma plantação de maconha em uma região entre Colinas do Sul e Cavalcante. A corporação enviou equipes até o local, uma área de mata fechada, na manhã desta quinta-feira. Em determinado momento, os policiais tiveram que deixar a viatura e seguir a pé por causa do terreno.
Ainda de acordo com o B.O, a plantação foi encontrada depois que os militares entraram na mata e seguiram por dois quilômetros. No local haviam sete pessoas que, segundo o relato dos policiais, não atenderam às ordens começaram a atirar.
A polícia revidou e acertou quatro pessoas. Os outros três fugiram para a mata e ainda não foram encontrados. Os policiais relataram que socorreram os suspeitos e os levaram até o Hospital Municipal de Colinas do Sul, mas que eles chegaram ao local sem vida. Depois disso, os militares retornaram à plantação e queimaram a maconha. Foram encontradas cinco armas de fogo e materiais para prensa e pesagem da droga.
Denúncia de excesso da PM
Um parente de um dos suspeitos mortos, que não quis se identificar, disse ao Mais Goiás que a versão da PM não é verdadeira e que houve excesso por parte da corporação. De acordo com a pessoa, os policiais não tinham mandado judicial para entrar no local
“Aquilo que eles estão falando não é verdade”, disse o parente. “Quem autorizou a operação? Cadê o mandado? Qual juiz autorizou a entrada na terra? Implorei por informações, mas ninguém me disse nada. Eu tenho o direito de saber o que aconteceu”.
A pessoa também contou à reportagem que as pessoas envolvidas deveriam ter sido presas e que, na verdade, foram mortas pelos policiais. “Todos estão completamente destruídos. Todos com tiros no rosto. Isso não tem nenhuma explicação aceitável. Quem tem que decidir é o juiz e não os policiais. Eles deveriam ter sido presos. Eles não tiveram chance. Foram todos assassinados”, concluiu.
O Mais Goiás tentou contato com a assessoria da Polícia Militar para comentar a declaração do parente, mas as ligações não foram atendidas até o fechamento da matéria. O espaço está aberto para manifestação.