Policiais do COD envolvidos em confronto forjado dificultaram as investigações, aponta Corregedoria
O Mais Goiás já mostrou que os seis policiais envolvidos na operação foram indiciados
A Corregedoria da Polícia Militar de Goiás concluiu que os policiais envolvidos na operação do Comando de Operações de Divisas (COD), que resultou em duas mortes no Setor Jaó, em Goiânia, modificaram a cena do crime para dificultar as investigações. O inquérito apontou divergências significativas nos depoimentos dos policiais, inconsistências nos relatos e a manipulação de informações cruciais.
O Mais Goiás já mostrou que os seis policiais envolvidos na operação foram indiciados. Na ocasião, os militares simularam um confronto e executaram o autônomo Junio José Aquino Leite, de 40 anos, e do corretor de veículos Marines Pereira Gonçalves, de 42.]
O inquérito revelou que os policiais forneceram versões conflitantes sobre vários aspectos da ocorrência. Segundo o documento, os horários da ação foram relatados de forma inconsistente, com alguns policiais afirmando que a operação começou pela manhã, enquanto outros disseram que teve início à tarde.
As motivações para a operação também variaram: algumas declarações mencionaram uma extorsão a um dentista, outras falaram sobre uma invasão a uma fazenda, e houve ainda versões que indicavam a repressão a uma suposta quadrilha criminosa.
A localização da ocorrência foi outro ponto de contradição. Enquanto alguns policiais indicaram que a ação começou em Trindade, outros afirmaram que teve início em Petrolina. Essas divergências dificultaram a compreensão do que realmente aconteceu e lançaram dúvidas sobre a veracidade das alegações dos envolvidos.
A Corregedoria solicitou à Secretaria de Segurança Pública de Goiás (SSP-GO) os dados de GPS das viaturas usadas no dia da ocorrência, mas não recebeu informações concretas sobre as rotas. A ausência desses dados impediu a reconstrução precisa dos movimentos das viaturas, dificultando ainda mais o esclarecimento dos fatos.