PMs do COD são denunciados por confronto forjado com 4 mortes em Rio Verde
Perícia rebateu alegações iniciais dos militares e levantou evidências de homicídios e fraudes processuais
Sete policiais militares do Comando de Operações de Divisas (PMs do COD) foram denunciados, nesta sexta-feira (21/6), por envolvimento em confronto forjado que resultou na morte de quatro pessoas em Rio Verde, Sudoeste de Goiás, caso ocorrido em maio de 2022. De acordo com o Ministério Público de Goiás (MPGO), um médico ouvido no inquérito afirmou ter sido coagido pelos agentes a assinar um atestado dizendo que as vítimas chegaram com vida a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), após serem alvejados.
A ocorrência, que culminou nas mortes de quatro jovens, aconteceu entre o final da noite do dia 21 e o início da madrugada de 22 de maio de 2022. Naquela ocasião, as equipes do COD afirmaram ter perseguido quatro suspeitos, que supostamente teriam furado um bloqueio policial em alta velocidade na GO-210. O caso de Rio Verde não está relacionado ao confronto forjado no Setor Jaó, o qual também envolve militares do COD.
Perícia confronta relatos de PMs do COD e evidencia novo confronto forjado
Investigações conduzidas pela Polícia Civil, porém, mostraram que o carro não trafegava em alta velocidade. Outro elemento que levantou suspeita foi o fato de o carro supostamente utilizado na alegada fuga da abordagem ter sido flagrado trafegando por uma outra rodovia, uma hora após o suposto confronto.
Médico foi coagido a atestar que vítimas chegaram a UPA com vida
Também colaborou para a denúncia do MP, o depoimento prestado por um médico, que estava de plantão em uma UPA para onde os quatro jovens foram levados, já sem vida. Segundo o profissional, os PMs que participaram da ocorrência o cercaram do lado de fora da unidade e pressionaram para que ele dissesse que as vítimas chegaram ao pronto-socorro com vida. Com medo, o médico assinou o laudo conforme a vontade da equipe do COD.
Como os nomes dos sete policiais denunciados não foram revelados, a reportagem do Mais Goiás não conseguiu contato com a defesa deles. A PM disse que todos os procedimentos cabíveis já foram adotados e que o Inquérito Policial Militar já foi concluído e está à disposição das autoridades.