PMs fraudaram local de crime em Senador Canedo, afirma delegado
Imagens captadas por câmeras de segurança mostram quando policial entra em carro roubado e atira no vidro após suposto confronto que culminou com morte de ladrão e refém em Senador Canedo
“Até agora já ficou claro que houve, no mínimo, uma fraude processual”. Assim o delegado Mateus Gomes Mendonça Noleto, titular do Grupo de Investigações de Homicídios (GIH) de Aparecida de Goiânia iniciou a coletiva onde deu detalhes sobre a investigação do suposto confronto que terminou com um assaltante e um refém mortos, na noite do último sábado (25), em Senador Canedo, na região metropolitana de Goiânia. O comando da Polícia Militar afastou das ruas os policiais envolvidos na ocorrência.
Obtidas em primeira mão pelo Mais Goiás, as imagens do monitoramento da Prefeitura de Senador Canedo mostram quando um policial do Grupo de Patrulhamento Tático (GPT) de Senador Canedo pega o que seria uma arma com um colega, coloca na cintura, entra pelo lado do passageiro do carro roubado, que já havia sido interceptado, e dispara seis vezes contra o pára-brisa. Para o delegado que investiga o caso, que terminou com a morte de um assaltante, e do auxiliar de produção Tiago Messias Ribeiro, de 31 anos, é preciso descobrir, agora, se antes dos disparos efetuados pelo militar, quando criminoso e refém já estavam baleados, um confronto de fato aconteceu.
“Eu já estive pessoalmente na sede administrativa do posto que fica em frente de onde tudo aconteceu, e vou de novo, atrás das imagens que possam nos dar uma idéia melhor de toda a dinâmica dos fatos. Além disso vamos solicitar outras perícias e ouvir algumas pessoas para descobrir se temos ali um duplo homicídio, ou uma legítima defesa como alegaram os militares na ocorrência”, concluiu o titular da GIH.
Em entrevista a uma emissora de televisão, o Comandante Geral da PM, coronel Divino Alves, disse que as imagens mostram claramente que houve erro por parte do policial que atirou no vidro do carro, e que diante disso, já solicitou uma apuração por parte da Corregedoria, além do afastamento de todos os demais envolvidos na ocorrência das ruas.