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Pobreza extrema cresce 80% em um ano em Goiânia; veja números

O número de pessoas em situação de pobreza em Goiânia e na região metropolitana subiu…

O número de pessoas em situação de pobreza em Goiânia e na região metropolitana subiu de 366,6 mil, em 2020, para 538,7 mil, em 2021. O número representa um aumento de 47%. Já o de pessoas em situação de extrema pobreza teve um aumento de 80%: eram 61,8 mil pessoas nesta condição em 2020, contra 111,2 mil em 2021. Os dados são do Boletim Desigualdade nas Metrópoles.

O coeficiente de Gini, que quanto maior o valor, maiores são as desigualdades de rendimentos, por exemplo, passou de 0,506 (2019) para 0,500 (2021). No Brasil, o número saltou de 0,541 (2019) para 0,544 (2021).

Em termos de média de rendimento, em Goiânia houve queda de 1.933 (2019) para 1.450 (2021), no geral. Já no que se refere a média dos 40% mais pobres, a queda foi de 600,4 (2019) para 440,2 (2021).

A razão de rendimento na cidade entre os 10% do topo e os 40% da base da distribuição se manteve em 13%, tanto em 2019 quanto em 2021, passando para 9,8% em 2020. Entretanto, a porcentagem de pessoas em situação de pobreza aumentou, passando de 11,1% (2019) para 20,1%, enquanto pessoas em situação de extrema pobreza passaram de 1,8% para 4,1%.

Em números absolutos, a quantidade de pessoas em situação de pobreza observada foi de 289.513 (2019) para 538.716 (2021). Já pessoas em situação de extrema pobreza foram de 47.445 (2019) para 111.299 (2021).

Brasil

De acordo com o Boletim Desigualdade nas Metrópoles, mais de 19 milhões de pessoas estão em condição de pobreza nas metrópoles brasileiras. Além disso, o levantamento apresenta que mais de 5 milhões estão abaixo da linha de extrema pobreza.

Segundo André Salata, um dos coordenadores do estudo, o aumento da pobreza e extrema pobreza já vem acontecendo há alguns anos, mas o maior salto observado foi entre 2019 e 2021.

“Passando por 2020, que é um período interessante porque está no meio da crise e ainda assim tem uma melhora em alguns indicadores, em função daquele Auxílio Emergencial de R$ 600 para mais de 65 milhões de famílias durante a pandemia da Covid-19”, explica Salata.

Ainda segundo André, os indicadores tiveram um aumento significativo em 2021 devido a interrupção do auxílio no primeiro trimestre e a redução da cobertura e do valor do benefício.

“A explicação é o que vinha acontecendo com a renda do trabalho, mas junto com isso teve a decisão do governo de interromper por três meses o pagamento do auxílio, em 2021. Isso foi gravíssimo e fez a pobreza explodir”, explica.