Polícia acredita que foragido por matar ex-sogro em Goiânia não vai se entregar
Pedido para que Felipe Gabriel se entregue no interior do estado foi feito pela família dele
O delegado da Rhaniel Almeida (foto), responsável pela investigação da morte do policial civil aposentado João Rosário Leão, disse que não acredita na rendição de Felipe Gabriel Jardim Gonçalves, autor dos disparos. A declaração foi feita nesta quarta-feira (29), um dia após a defesa tentar negociar a entrega do suspeito em alguma delegacia do interior de Goiás. A Polícia Civil declarou que não acredita na redinção do suspeito e que vai adicioná-lo na lista de foragido da Interpol.
O jovem está sendo procurado por matar o ex-sogro, João do Rosário Leão, com um tiro na cabeça, em Goiânia, na última segunda-feira (27). O idoso denunciou Felipe Gabriel para a polícia por ameaçar a filha dele, com quem o suspeito namorava. A denúncia teria motivado o crime.
O delegado Rhaniel disse que, embora não seja habitual, é possível atender a solicitação de rendição no interior do estado. Porém, também afirmou que, como a defesa o procurou apenas para falar sobre a possibilidade de entregá-lo, sem nenhuma data ou confirmação, as buscas pelo suspeito vão continuar.
O advogado de Felipe Gabriel, Julio de Brito, informou ao Mais Goiás que o pedido para que o jovem se entregue no interior do estado foi feito pela família dele. “A família dele, preocupada com a segurança, está definindo como e quando isso irá acontecer. Ele já está aguardando por isso, mas ainda não foi definido”, disse.
Buscas pelo homem que matou ex-sogro continuam
De acordo com a Polícia Civil, independente se o suspeito decidir se entregar ou não, 20 policiais civis estão trabalhando nas buscas pelo suspeito, tanto em Goiânia, quanto em outras cidades de Goiás, como Piracanjuba, Cristianópolis e Joviânia.
“O procurado tem mandado de prisão em aberto desde o dia 27, data do crime. Estamos formalizando essa informação para que a população nos ajude com denúncias. Tudo leva a crer que ele não vai se entregar. Inclusive, vamos iniciar os trâmites para que esse mandado seja compartilhado com a Interpol, caso o suspeito tente sair do país”, declarou o delegado.
O delegado também tenta descobrir de que forma Felipe Gabriel teve acesso às informações do boletim de ocorrência registrado pelo ex-sogro. Vale lembrar que o rapaz ligou para a ex-namorada, Kênnia Yanka, e disse que mataria o pai dela por conta da denúncia feita.
“Para abrir o sistema o servidor tem que digitar o seu CPF e a senha, e através destes dados nós vamos descobrir quem acessou, e quem repassou essa informação sigilosa a ele”, disse o investigador.
Surto
O advogado Júlio de Brito, que esteve na Delegacia de Investigação de Homicídios (DIH) nesta terça (28) para discutir a rendição do rapaz acusado de matar o sogro em uma farmácia de Goiânia, sugeriu que o cliente estava em surto psicótico.
“Pelo que eu tive conhecimento, ele estava em um surto psicológico (sic). Não sei se ele é inimputável ou não. Somente uma junta médica nomeada pelo tribunal vai poder decidir isso. Eu não posso te afirmar se ele estava ou não [em surto]. Provavelmente, uma junta médica poderá te afirmar isso. Mas, pelo que eu ouvi nos áudios, que estão na mídia, ele aparentemente estava”, afirma Júlio.
Relembre o crime
No final da manhã de segunda-feira (27), Felipe Gabriel entrou em uma farmácia localizada na avenida T-4, no setor Bueno e matou a tiros João do Rosário. Imagens de câmeras de segurança registraram o momento do crime, que ocorre na frente da filha gestante. Depois, salta sobre o balcão e atira novamente. Em seguida, foge.
A vítima chegou a ser socorrida e levada em estado grave para o Hospital de Urgências de Goiás (Hugo), mas não resistiu e faleceu algumas horas depois.
João do Rosário era um policial civil aposentado, que tinha aberto uma farmácia em sociedade com o outro genro. No local, trabalhavam também as duas filhas dele: Kênnia Bianka, que é contadora e está grávida, e Kênnia Yanka, que namorava com o suspeito.
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