AGIOTAGEM

Polícia aponta nutricionista do DF como operadora de esquema milionário de agiotagem

Polícia diz que nutricionista participava de esquema chefiado por policial militar

Operação que prendeu PM por agiotagem, também deteve nutricionista do DF (Foto: Reprodução - Instagram)

A Polícia Civil do Distrito Federal (PC-DF) aponta uma nutricionista que vive em Águas Claras como “operadora financeira” de um grupo de agiotas que movimentou milhões no DF. O esquema, de acordo com a polícia, era chefiado pelo sargento da Polícia Militar (PM) Ronie Peter Fernandes da Silva e veio a público na terça-feira (16). Seis pessoas já foram presas.

A nutricionista foi detida na terça, assim como o PM. Segundo a investigação, o esquema movimentou cerca de R$ 8 milhões nos últimos seis meses. A investigação aponta que, após os empréstimos, as vítimas eram vítimas de extorsão no DF.

Tanta ela quanto o sargento levavam vidas de luxo e mostravam nas redes sociais alto padrão de vida, viagens nacionais e internacionais, etc. A Polícia Civil informou que a nutricionista fazia saques de R$ 500 mil a R$ 900 mil na boca do caixa e, após levar o dinheiro para casa, fazia empréstimos a “juros altíssimos”.

A corporação verificou ainda que a nutricionista é dona de uma loja de suplementos. Segundo a PC, ela também “movimentava cifras muito superiores ao declarado” no local, o que pode configurar lavagem de dinheiro.

Nutricionista Raiane Câmpelo foi presa suspeita de participar de esquema de agiotagem, no DF — Foto: Instagram/Reprodução
Nutricionista ostentava vida de luxo (Foto: Reprodução – Instagram)

Operação S.O.S. Malibu

A PC-DF deflagrou, por meio da Coordenação de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Corpatri), a Operação S.O.S. Malibu, na terça-feira. Os agentes cumpriram 15 mandados judiciais em Vicente Pires, Taguatinga e São Paulo (SP).

Segundo a polícia, é possível que sete alvos da operação emprestassem dinheiro a terceiros com juros superiores aos permitidos por lei, além cobrar por meio de ameaças. Seis foram presos – sendo o PM e a nutricionista -, mas um segue foragido em SP.

A operação também apreendeu quatro veículos e, por determinação da Justiça, bloqueou sete contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas. Além do PM, o esquema também envolvia familiares do sargento, segundo a PC, inclusive o pai e o irmão dele, que também foram detidos – eles atuariam nas cobranças. Os demais eram operadores financeiros, como a nutricionista.

A defesa dos investigados não se manifestou ao portal.

Corregedoria da PM apura caso do sargento

A Corregedoria da Polícia Militar do DF (PMDF) instaurou a apuração dos fatos no caso do sargento da corporação preso por envolvimento em esquema de agiotagem. Segundo o órgão se comprovado os indícios de irregularidades ou crime, todas as medidas cabíveis serão tomadas.

A instituição declarou ainda, que não compactua com qualquer desvio de conduto de seus integrantes.

LEIA MAIS:

Sargento da PM preso por agiotagem ostentava carros de luxo e mansões no DF