AMEAÇA

Assassino ameaçou denunciar filha que pagou pela morte do pai, diz polícia

Assassino sugeriu parcelar o valor de R$ 20 mil. Crime aconteceu no dia 1º de abril, e teve também envolvimento do genro do fazendeiro

(Foto: Divulgação/Polícia Civil)

A Polícia Civil divulgou conversas que mostram que o suspeito de assassinar o fazendeiro Nelson Alves de Andrade, a pedido da filha e do genro da vítima por conta de uma herança de R$ 3 milhões, ameaçou denunciar o casal após não receber o valor que foi acordado. Em uma das mensagens, ele afirma: “Acho bom não me bloquear de novo, tá bom? Ou me paga ou vai todo mundo para a cadeia, beleza?”.

O crime aconteceu no dia 1º de abril, quando o fazendeiro foi vítima de uma emboscada na zona rural de Campinorte. A filha e o genro de Nelson são suspeitos de planejar e ordenar o crime para ficar com a herança dele.

Assassino propôs parcelamento

As conversas começaram pelo Instagram e continuaram por meio de mensagens via WhatsApp. O executor disse, por meio das mensagens, que queria receber os R$ 20 mil que foram combinados inicialmente e até sugeriu que o valor fosse parcelado. “Você manda R$ 6 [mil] essa semana para mim, eu mando buscar aí R$ 7 mês que vem e R$ 7 no outro mês”

(Foto: Polícia Civil)

Em uma das respostas, o genro da vítima, que concordou com o parcelamento, afirmou que o valor seria pago “quando acabar o processo”. “Tu não sabe o que está acontecendo aqui”, disse ele. “Não tá indo um processo ainda. Falei para tu: quando acabar o processo. Aí você vem com essa ameaça para cima de mim”.

Após isso, no dia 20 de dezembro, o executor, que segue foragido, denunciou o casal à polícia. Segundo o delegado responsável pelo caso, Peterson Amin, o executor fez um número falso e os denunciou ‘anonimamente’ para a polícia. Com fotos, vídeos e print da negociação.

A Defensoria Pública informou que representou o casal suspeito de encomendar o crime durante a audiência de custódia, cumprindo o dever legal, mas não comentará o caso. De acordo com Anderson, os dois seguem presos após a audiência de custódia.

Ainda de acordo com o delegado, a filha da vítima afirmou à polícia que o marido foi o responsável pela organização do crime. Segundo Peterson, ela não teria denunciado o companheiro por medo. No entanto, o delegado afirma que não acredita nessa versão e afirma que ela também está envolvida no crime.

Morte do pai por herança

Conforme as apurações lideradas pelo delegado Peterson Amin, a filha e o genro contrataram Luiz Henrique da Silva de Lima Mendonça para organizar o crime, prometendo pagar R$ 20 mil a ele. O “organizador”, por sua vez, recrutou dois cúmplices, Vitor Manoel Martins Soares e Wilkison Durval Barbosa dos Santos, para executar o homicídio.

Com base nas informações sobre a rotina do idoso, os três montaram uma emboscada e se posicionaram na estrada onde Nelson passaria. Os suspeitos o abordaram enquanto ele conduzia uma motocicleta. A vítima foi atingida por dois disparos de arma de fogo e morreu no local.

As investigações revelaram que o casal planejava ficar com a herança deixada por Nelson, que incluía 20 alqueires de terra, 110 cabeças de gado, quatro imóveis em Campinorte e valores em contas bancárias. A filha é a única herdeira direta..